A vergonha das eólicas desligadas de Caetité completou dois anos antes da inauguração

Parque Eólico de Brotas de Macaúbas Foto: Alberto Coutinho/Secom
Parque Eólico de Brotas de Macaúbas
Foto: Alberto Coutinho/Secom
Wagner: dois anos separam, com prejuízos, as duas inaugurações
Wagner: dois anos separam, com prejuízos, as duas inaugurações

A linha de transmissão Igaporã/Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia, que permitirá que a energia elétrica produzida pelos ventos na região de Caetité seja interligada ao Sistema Elétrico Nacional, foi inaugurada nesta quarta-feira (18) pelo governador Jaques Wagner (PT).

Apontado como o maior complexo de produção de energia eólica da América Latina, com 14 parques distribuídos pelos municípios de Caetité, Igaporã e Guanambi, no sudoeste da Bahia, o Alto Sertão I, da Renova Energia, foi inaugurado na manhã d0 dia 10 de julho de 2012.

Com 184 aerogeradores, capazes de produzir 294,4 MW – segundo a empresa, volume suficiente para abastecer uma cidade com 540 mil residências -, o complexo consumiu R$ 1,2 bilhão, mas ficou durante 2 anos esperando pela linha de transmissão, cuja construção estava a cargo de empreiteiras contratadas pela CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco, empresa controlada pelo Governo Federal.

O custo da energia não gerada, por falta de transmissão e centrais, custou mais de R$15 milhões mensais ao Governo, o que deixa um prejuízo calculado, de maneira otimista, em R$360 milhões. Isso sem considerar que ao atender a demanda reprimida com as termelétricas movidas a diesel ou fuel oil, o Governo e distribuidoras estavam arcando com prejuízos da ordem de R$850 reais por cada kw/hora produzido. O que, evidente, acabou seu destino no bolso do contribuinte, tanto pelos subsídios concedidos às distribuidoras, como no aumento das contas domésticas, comerciais e industriais.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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