Os herdeiros de Minelli: Tite e Felipão.

Minelli: os técnicos de hoje aprenderam tudo com ele.
Minelli, no centenário do Inter: os técnicos de hoje aprenderam tudo com ele.

A imprensa do centro do País anuncia como certa a contratação do técnico Tite para a Seleção Brasileira. Ele ainda disputada a vaga com Gallo. Adenor Leonardo Bachi, o Tite, gaúcho de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, como Felipão Scollari, começou sua carreira como volante no Sociedade Esportiva e Recreativa Pelotas, em 1978. Em 1984 foi vendido para o Esportivo de Bento Gonçalves. Em 1985, foi para Portuguesa.

No ano seguinte, foi para o Guarani, clube onde alcançou seu auge, sendo vice-campeão no Campeonato Brasileiro de 1986 e no  Campeonato Brasileiro de 1987 (Copa União), além de também ter sido vice-campeão no Campeonato Paulista de 1988.

Tite foi obrigado a encerrar prematuramente a sua carreira, com apenas 28 anos, devido a uma série de lesões nos joelhos, inclusive com ruptura de ligamento, perdendo a mobilidade de uma das pernas. Até hoje não consegue dobrar um dos joelhos.

A verdade é que tanto Tite, como Felipão, são herdeiros do fantástico futebol gaúcho da década de 70, quando o paulista Rubens Minelli foi bi-campeão pelo Internacional.

Rubens Minelli atingiu o auge de sua carreira nos anos 70, quando estruturou o histórico time do Internacional, que contava com craques como Falcão, Figueroa e Carpegiani. Neste período, Minelli foi tricampeão brasileiro – 75 e 76 pelo Inter e 77 pelo São Paulo. Em 79, ainda com o sistema de jogo de Minelli, mas sobre o comando de Ênio Andrade, o Internacional foi campeão brasileiro invicto, fato até hoje não superado por outra equipe.

A ocupação estratégica do campo de futebol, a inversão das colocações em campo entre os jogadores, os ataques e defesa em massa, a superposição de funções defensivas e ofensivas, são heranças de Minelli.

Sempre repito para amigos a resenha de uma partida que assisti, Coritiba x Internacional, em 1979, pelo Brasileirão, no Couto Pereira.

No confronto, o Coritiba saiu na frente, ganhando o primeiro tempo por 1×0. No intervalo, o técnico Enio Andrade, outro seguidor de Minelli, conversou com seus jogadores. Lá pelo 10º minuto do segundo tempo, o volante Caçapava interceptou uma bola do ataque coxa branca e gritou com o time. Todos subiram para o ataque, com exceção do goleiro, e numa blitz fulminante empataram o jogo. Passaram-se 10 ou 15 minutos e a estratégia foi repetida, como num flash back, e o Internacional conseguiu uma vitória fantástica.

Naquele ano assisti quase todos os jogos no Beira Rio e sempre que o Internacional repetia a estratégia chegava, como um relâmpago, ao gol do adversário. Era um timaço que tinha aprendido tudo com Rubens Minelli e Ênio Andrade.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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