
As últimas pesquisas de intenção de voto realizadas com eleitores em todo o País mostram um grande “desejo de renovação” na política. Tanto no Executivo quanto no Legislativo, políticos devem ter dificuldades para engatarem um segundo mandato.
Dos 18 governadores que tentam a reeleição este ano, apenas sete lideram as pesquisas. Isso é o que mostram os últimos levantamentos realizados nas 27 unidades da Federação.
Entre os que têm situação mais confortável estão Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Tião Viana (PT-AC), Beto Richa (PSDB-PR), Raimundo Colombo (PSD-SC), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Jackson Barreto (PMDB-SE).
No Rio Grande do Sul, o candidato à reeleição, Tarso Genro aparece à frente de com Ana Amélia (PP), mas a decisão deve ficar para o segundo turno.
Pernambuco é o único Estado em que o candidato mais bem colocado é apoiado pelo atual governador. No Rio de Janeiro, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) lidera a intenção de voto, mas seguido de perto por Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB). Nos demais Estados, candidatos de oposição ou que não são apoiados pelo atual governo estão à frente na corrida eleitoral.
Caso atípico é o do Distrito Federal, onde José Roberto Arruda (PR), que liderava as pesquisas, desistiu da candidatura. Agora Rodrigo Rollemberg (PSB) aparece à frente na preferência dos eleitores, seguido pelo substituto de Arruda, Jofran Frejat (PR). O petista Agnelo Queiroz tenta a reeleição, mas aparece em terceiro e corre o risco de não ir ao segundo turno, fato que seria inédito no Distrito Federal.
Segundo maior colégio eleitoral do Brasil, Minas Gerais é motivo de queda de braço entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Isso porque o candidato do PT, Fernando Pimentel, aparece como favorito dos eleitores de Minas Gerais, Estado que foi governado duas vezes por Aécio Neves e está sob o comando do PSDB desde 2002.
Na Bahia, as pesquisas também apontam o desejo de mudança dos eleitores. Se a eleição fosse hoje, o candidato do DEM, Paulo Souto, venceria a disputa pelo governo do Estado, que foi governado por oito anos pelo petista Jaques Wagner. Rui Câmara, escolhido por Wagner para ser seu sucessor, está atrás nas pesquisas.
Renovação no Congresso
Segundo dados do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem passar pela renovação mais intensa em 16 anos. Baseado no menor número de candidatos que concorrem à reeleição desde 1998 e no desejo de mudança da população brasileira, o Diap estima que a renovação da Câmara em 2014 ultrapasse a média histórica e supere os 50% da composição da Casa.
O analista político e diretor de documentação do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, acredita que dos 387 deputados que tentam a reeleição, apenas entre 60 e 70 devem conseguir um novo mandato.
— Nessas eleições apareceram partidos de médio porte como o Solidariedade, o PSD e PROS. Muitos parlamentares foram para esses partidos sem a garantia de que vão se reeleger. Essa nova base traz mais dificuldades para quem pretende um novo mandato, alinhado com o sentimento de renovação dos eleitores.
No Senado, a renovação deve ser ainda maior. O especialista analisa que dos 10 parlamentares que tentam mais oito anos no Senado, apenas 5 devem ser eleitos.
— A próxima legislatura deve trocar grande parte da chamada “elite parlamentar”. Nós fizemos um levantamento com os 100 nomes mais influentes do Congresso, e destes, 46 estarão fora na próxima legislatura.
Segundo o levantamento do DIAP, apesar de menores em relação às atuais bancadas, o PT e o PMDB continuarão, respectivamente, como primeira e segunda maiores bancadas. O PSDB continuará em terceiro lugar e o PSD e o PP disputam a quarta ou quinta posição. O PR e o PSB disputam a sexta posição, seguidos do DEM, do PTB, do Pros, do SD, do PDT e do PCdoB. Do site R7.
