Bahia ganhará mais 5.000 empregos com novos empreendimentos de energia eólica

A expectativa de especialistas em geração de energia eólica e solar é que sejam criados em torno de cinco mil vagas de empregos no setor na Bahia. A estimativa vem depois da realização do leilão feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 31 de outubro. Os novos parques eólicos também devem absorver boa parte dos dez mil empregos diretos e 15 mil indiretos que podem ser gerados até 2017.

“Não quero falar um número preciso, mas podemos mencionar milhares de vagas que serão criadas”, informou Rafael Valverde, superintendente de Indústria e Mineração da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM) ao jornal A Tarde. A abertura dos postos de trabalho vão de empregos para engenheiros até serviços gerais. Apesar de os parques serem distribuídos em diferentes cidades do estado, a estimativa é que a maioria das vagas fique na concentrada na Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde estão instaladas as fábricas de aerogeradores e pás que abastecem o mercado brasileiro.

eólicas

Leilão foi um sucesso

O Leilão de Energia de Reserva 2014, realizado no dia 31 de outubro, atraiu investimentos da ordem de R$ 7,1 bilhões, que serão utilizados na construção de 31 empreendimentos de energia solar e 31 de energia eólica. Com duração de oito horas, o Leilão teve como destaque a acirrada disputa pelos empreendimentos fotovoltaicos, que pela primeira vez foram ofertados separadamente de outras fontes.

O preço inicial da energia solar sofreu um deságio de 17,9% em 104 rodadas, caracterizando o certame como o mais disputado da história dos leilões de energia no Brasil, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Maurício Tolmasquim.

“A contratação de energia solar a menos de US$ 90 o MWh deixa o Brasil entre os países com menor preço para essa fonte”, informou Tolmasquim.

O preço da energia solar caiu de R$ 262 o MWh, preço inicial, para um preço médio  final de R$ 215 o MWh. A energia eólica caiu do preço original de R$ 144,00 o MWh para R$ 142,3 o MWh, deságio de 1,4%.

Na média, o deságio do Leilão de Reserva 2014 foi da ordem de 9,9%, com preço médio de R$ 169,8 o MWh.

Os empreendimentos de energia solar terão capacidade instalada total de 889,6 MW e os de energia eólica de 769,1 MW. Os Estados do Rio Grande do Norte e São Paulo foram destaque na oferta de projetos de energia solar e Rio Grande Norte e Bahia nos empreendimentos eólicos.

turbinas de eixo vertical 2

12 milhões já tem energia dos ventos

No final de 2014, o Brasil contará com um parque de aerogeradores conectados ao sistema elétrico do país capaz de gerar, com a força dos ventos, 5 gigawatts (GW). É energia limpa suficiente para suprir a demanda de 12 milhões de pessoas, uma população equivalente a da cidade de São Paulo.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) prevê que em 2020 a capacidade alcançará 20 GW. Ainda será pouco diante do imenso potencial eólico brasileiro, que supera 300 GW. Para efeito de comparação, hoje a geração elétrica no Brasil, somando todas as fontes disponíveis, não chega a 130 GW.

turbina vertical

Segundo a Abeeólica, o país já conta com fábricas capazes de fornecer todos os componentes de um aerogerador. E o aço tem papel importante nessa indústria, sendo componente de várias peças utilizadas. Mas é nas torres que sustentam as turbinas onde a presença do aço é mais intensa. Apenas a ArcelorMittal Aços Longos, líder nesse segmento de mercado, prevê fornecer 10 mil toneladas de aço para torres no biênio 2014-2015.

Existem dois tipos de torres eólicas, as de aço e as de concreto. As torres metálicas são utilizadas em projetos onde os aerogeradores são instalados a uma altura entre 60 e 100 metros do solo. As torres de concreto são de todos os tamanhos, mas é mais usual seu emprego em instalações de 80 a 120 metros. Cada torre de concreto utiliza 82 toneladas de aço em sua estrutura. O metal, portanto, precisa apresentar uma ótima soldabilidade para facilitar e agilizar o processo de construção.

A ArcelorMittal Aços Longos e a CTZ Eolic Tower fecharam uma parceria em 2013 para fornecer torres eólicas de concreto em um formato inovador no Brasil, com a produção ocorrendo diretamente no parque eólico, evitando o transporte dessas peças gigantes.

Na Europa, a ArcelorMittal também é uma das pioneiras no desenvolvimento de uma nova tecnologia de turbinas eólicas. Em parceria com a Renewables Letzebuerg lançou a turbina eólica de eixo vertical Estreya L2. Por não utilizar pás gigantescas, como as tradicionais de eixo horizontal, e gerar níveis de ruído reduzido, essa nova geração de turbinas pode ser instalada em centros urbanos, inclusive no topo de edifícios. É uma nova tecnologia que pode ampliar o potencial eólico do mundo.

O dia que o Oeste baiano descobrir a energia eólica ou, ao contrário, o Oeste baiano, com suas escarpas, for descoberto pelos empreendedores da área energética, vamos ter um pico de desenvolvimento sem precedentes. 

Ô terrinha boa de vento, principalmente nos meses de seca, justamente quando fenecem as hidrelétricas, com a constante do vento sudeste. As escarpas aproveitam ainda os deslocamentos das térmicas, os chamados ventos orográficos.

Com informações de Bahia Notícias, A Tarde, Mídia News e EPE.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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