
Por Carlos Alberto Reis Sampaio
Conforme informações do site Notícias Agrícolas os 18 dias sem chuva e as altas temperaturas, as lavouras de milho no Oeste de Bahia já têm quebra consolidada de 30%. No caso da soja, perdas podem ultrapassar 450 mil toneladas. Com o clima seco, produtores devem estar atentos ao aparecimento de ácaro e mosca branca nas plantações. No algodão, ainda não é possível contabilizar as perdas e as lavouras podem se recuperar caso as chuvas retornem.
No Paraná, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, onde a colheita já começou, as perdas na lavoura de soja são consideráveis. O estio prejudica também o plantio da safrinha de milho. O atraso no plantio poderá diminuir sensivelmente a área plantada.
Instituições associativas do agronegócio preveem queda de até 6% na produção brasileira de soja, inicialmente prevista pela CONAB como de 98 milhões de toneladas.
Ao par disso, as previsões de um próximo plantio recorde de soja nos Estados Unidos mantém os preços pressionados e o mercado comprador estagnado. É evidente que existe especulação no setor. Desde a década de 70 acompanhamos o mercado internacional de proteína. Naquela época se dizia que a pesca abundante da anchoveta na costa do Pacífico sul americano prejudicava os preços da soja. Era pura especulação. O Senhor Mercado é vítima tradicional dos capitais internacionalizados, que são responsáveis pelo financiamento e aquisição das safras, nem sempre com vantagens para as cadeias produtivas.
Na mão de três grandes players, o mercado brasileiro sempre sofreu com a especulação e a determinação de preços e condições de cima para baixo. Só o mercado interno e a disposição dos grandes importadores, como a China, vai determinar o mercado futuro de nossa soja, independente das previsões do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, que geralmente atendem seus próprios interesses.

