
Por Antonio Oliveira, da revista Cerrado Rural, editado por este jornal
Os neozelandeses foram os pioneiros na produção de leite de qualidade no Oeste da Bahia. Agora, mais um capital estrangeiro está de olho na região. Veja que vem aí somar com os grandes atores do agronegócio do oeste da Bahia: Kees Koolen (foto acima), um dos maiores ícones do comércio virtual no mundo. De acordo com a Agência Estado (AE), ainda neste ano o empresário começa a construir no município de Jaborandi uma planta de laticínios que deve ser a maior do ramo em todo o Brasil.
A primeira fazenda de leite do empresário terá investimentos da ordem de R$ 1,5 bilhão. Dinheiro que deve sair parte do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), por meio da SUDENE – R$ 500 milhões -; entre R$ 200 e R$ 300 milhões de seus próprios bolsos e restante de outros investidores.
De acordo com a Agência Estado, o projeto de Kees Koolen é produzir no primeiro ano de operação algo em torno de 1 milhão de litros/dia de leite. “Um projeto ousado e não há nada igual no Brasil”, pensa Rafael Ribeiro, zootecnista e consultor da Scot Consultoria. Mas, informa a AE, os principais executivos do setor no Brasil não estão botando muita fé na ambição de Koolen. Acham que é leite demais a ser produzido por um laticínio. A maior produtora de leite do Brasil, a Fazenda Colorado, produziu no ano passado 53 mil litros de leite por dia.
Narizes torcidos a parte, a verdade é que, ainda de acordo com a agência noticiosa, a primeira fazenda deste projeto deve começa a ser construída nos próximos dois meses e a produção de leite em 2016. As primeiras vacas para a produção de leite UHT (longa vida) devem ser compradas nos Estados Unidos. O empresário projeta também a produção de leite em pó, manteiga e leite condensado. “O projeto nos encantou”, disse o superintende da SUDENE, José Márcio de Medeiros Maia.
O empreendimento de Kees Koolen deverá ser estruturado com unidades de negócios – cada uma delas com quatro fazendas. Cada fazenda terá 30 mil vacas e cerca de 1.200 funcionários.
Do mundo virtual de volta para o mundo do leite
Kees Koolen é filho de produtores holandeses de leite. Mas aos 17 anos deixou a família, na pequena cidade de Bergeijk, no Sul da Holanda e foi estudar engenharia mecânica, enveredando-se depois para e-commerce. Sua primeira iniciativa neste setor foi o Booking.com, um dos maiores sites de reserva de hotel do mundo, vendido em 2005 por US$ 133 milhões.
O holandês está de olho no Brasil há muitos anos, desde 2006, quando ele procurava terras para produzir grãos. Via Internet, ele fez vários contatos no Brasil, alugou um jatinho e veio conhecer as terras descobertas pelo português Cabral. Conheceu 50 cidades em apenas três semanas, uma das quais a região de Roda Velha, no município de São Desidério, no oeste da Bahia, escolhida por ele para produzir milho, soja e algodão.
A partir daí, as visitas ao Brasil, mais especificamente ao oeste da Bahia, foram freqüentes. Neste vai e vem, ele reencontrou o empresário holandês Willy van Bakel, um velho amigo de sua família, que atua há mais de 30 anos no mercado de laticínios e que tinha um projeto de montar um grande projeto do ramo no Brasil. Em janeiro de 2014, os dois marcaram uma reunião no Aeroporto de Guarulhos e acertaram os detalhes da parceria que origem a Agri Brasil.
Bakel já estava no Brasil havia um ano para estudar a viabilidade de seu projeto. Sua experiência do setor vem de uma grande empreitada na cadeia do leite dos Estados Unidos, onde desenvolveu mais de 50 fazendas produtoras de leite entre 1999 e 2008. Apenas seis destas fracassaram.
Koolen é ousado e não esquece o que lhe deu fortuna: pensa em instalar em seu projeto webcâmeras conectando os processo de manejo animal e produção do leite e derivados aos internautas por este Brasil a fora.


Boa tarde amigos..gostaria d entrar contato com vcs..pelo whats zap eu consigo?