Por Fernando Machado, do ZDA
A oposição na Assembleia Legislativa acreditam ter encontrado o pote de ouro no arco- iris das querelas políticas no combate ao governo estadual. Líderes do DEM, antigo PFL, acusam o governador Rui Costa de gastar excessivamente com publicidade.
Esquecem os democratas que o patrimônio de Antonio Carlos Magalhães, chefe político do PFL, cresceu consideravelmente a partir do governo do presidente José Sarney (1985 a 1990). ACM foi ministro das Comunicações de Sarney e, durante o período, edificou um império midiático na Bahia.
Acusado de ter favorecido Roberto Marinho no episódio “Caso Nec”, Antonio Carlos recebeu, como retribuição, a concessão regional da TV Globo. Na época, Marinho encerrou o contrato de 18 anos com a TV Aratu, que era a repetidora da emissora no Estado.
Em 1991, ACM assume pela terceira vez o governo da Bahia, e com os recursos do Estado azeita economicamente suas 11 empresas de comunicação. Por 15 anos ininterruptos o conglomerado recebeu cerca de 90% dos recursos de publicidade do governo baiano.
Com a vitória de Jaques Wagner, em 2007, a política de investimento em comunicação social por parte de secretarias e empresas públicas da Bahia é invertida. Veículos da capital e do interior do Estado passam a receber cotas publicitárias mensalmente. Até portais na internet – então marginalizados – são reconhecidos e valorizados.
Atualmente cerca de 20 empresas de comunicação no Oeste da Bahia, entre jornais impressos, portais de notícias e blogs, sobrevivem, em parte, com os recursos das cotas de publicidade do governo estadual. O investimento, aproximadamente R$ 30 mil por mês, garante o emprego direto e indireto de pelo menos 40 profissionais.
Não quero crer, portanto, que a lenga-lenga oposicionista seja por conta do fortalecimento das mídias independentes através da socialização do dinheiro público com publicidade. Vale registrar ainda que aproximadamente 65% do que é gasto com propaganda passa pelas contas das emissoras de TV e rádio, inclusive as do falecido governador Antonio Carlos Magalhães.
