Quatro pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (10) por suposto envolvimento em um esquema milionário que retirava ilegalmente valores não sacados por ganhadores da loteria da Caixa Econômica federal (CEF).
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos na Bahia 1 mandado de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária, 6 mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva. Os presos serão transferidos para Goiânia, assim como o material apreendido. As pessoas conduzidas coercitivamente prestarão depoimento na sede da Polícia Federal na Bahia, sendo liberadas em seguida.
As buscas realizadas em Salvador visaram a arrecadação de documentos, computadores e objetos relacionados com os delitos investigados. Os criminosos teriam utilizado pessoas influentes para convencer gerentes a assinarem o saque de valores não retirados pelos verdadeiros ganhadores.
Os valores dos prêmios não sacados seriam destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Somente em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-sena e Timemania.
Segundo a PF, durante as investigações um integrante da quadrilha chegou a ser preso quando tentava aliciar um gerente para o saque de um bilhete de loteria no valor de 3 milhões de reais. Poucos dias depois de liberado pela polícia foi executado em condições que ainda estão em investigação.
Fraude era apenas com prêmios não retirados
A fraude descoberta pela Polícia Federal no pagamento de prêmios da loteria da Caixa Econômica Federal não atingia o sorteio e sim a entrega dos valores, garantiu a delegada Marcela Rodrigues.
Segundo a responsável pela Operação Desventura, deflagrada na manhã desta quinta-feira (10), explicou que a quadrilha desmontada tinha bastante capilaridade no país, já que o bilhete premiado pode ser apresentado em qualquer agência. “A fraude não está no sorteio, está na retirada irregular.
O prêmio tem prazo de validade de 90 dias e o sistema da Caixa emite um alerta quando faltam oito dias para receber. Com base nessa informação privilegiada, esses dados eram repassados para os envolvidos, em diferentes agências bancárias em várias cidades”, contou, durante coletiva realizada na sede da PF em Goiânia (GO).
Os responsáveis pela operação explicaram que a quadrilha contava com a ação de hackers e gerentes das agências, e que há elementos suficientes para sustentar a denúncia do Ministério Público Federal. “Nós temos emissão de passagens aéreas, gravações de saques, utilização de senhas bancárias…”, enumerou a delegada.
Os representantes da PF informaram que conseguiram mapear a ação criminosa “do começo até o final”, e que no ano passado houve um flagrante na cidade da Anápolis, no momento em que um dos integrantes tentava sacar o valor. Cerca de 250 agentes da polícia participaram da operação em seis estados do país. Somente na Bahia, foram cumpridos 1 mandado de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária, 6 mandados de busca e apreensão e oito mandados de condução coercitiva.
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