Míriam Leitão, hoje em O Globo:
Como uma bactéria oportunista, a corrupção avança sobre a economia contaminando cada etapa da atividade econômica. Ela desvia recursos públicos, como todos sabem. E sobre isso temos conversado no Brasil. Mas ela também mina e distorce a gestão das empresas privadas. A companhia que avança pelo conluio com agentes públicos tem fragilidades que a tornam vulnerável a qualquer mudança de ciclo.
O governo é o maior comprador de bens e serviços em todos os países, mesmo naqueles onde o estado não tem o gigantismo que ostenta no Brasil. O poder de disseminação dos efeitos nocivos das más práticas é enorme. É exatamente isso que o país está combatendo neste momento.
Míriam só não disse que o brasileiro, com raríssimas exceções, é corrupto desde a escola fundamental, quando faz uma “colinha” para passar de ano na prova final.
No Brasil e em grande parte das nações do mundo a corrupção faz parte intrínseca da natureza humana, ao longo da sua história. Talvez os bonobos que não atravessaram o rio tenham se mantido probos.

