
O governador Rui Costa anunciou, ontem, que garantiu a ampliação do combate aos incêndios que atingem a Chapada Diamantina. Neste domingo (15), ele anunciou que conseguiu, junto ao Ministério da Defesa, o envio de duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para atuar na região a partir desta semana, além do apoio do Exército com equipamentos que serão enviados o quanto antes.
Os aviões agrícolas Air Tractor da FAB possuem tanques com capacidade de 1.890 litros. O que isto significa em incêndios das proporções deste que já atingem 6 municípios. Nada. Esta seria a resposta correta. Se o Governo do Estado não pode adquirir aviões de combate a incêndio especializados, de grande capacidade, e não tem planejamento para prevenir esses incêndios com medidas preventivas, como abertura de aceros, nem deveria se pronunciar sobre o assunto.
No último incêndio ocorrido na Chapada, pelo menos 9 mil hectares de área em unidade de conservação viraram cinza.
Além do corpo de bombeiros de Feira de Santana, Vitória da Conquista e Salvador, também ajudam no combate ao fogo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a brigada federal Previfogo Roseli Nuves, as brigadas municipais Bicho do Mato, ACVIB e Radical Chapada, além das brigadas voluntárias Barra de Estiva e Fazenda Igarashi. O governo do estado da Bahia colaborou com um helicóptero e dois aviões de combate ao fogo.
Diz o chefe-substituto do Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia, César Gonçalves:
“O incêndio que atinge o parque está em grandes proporções. O fogo tem várias frentes e vai desde a localidade de Campos de São João, em Palmeiras, até a região próxima ao Barro Branco, na cidade de Lençóis. Não é exagero nenhum dizer que o incêndio está fora de controle. A dimensão do fogo é muito grande”.



Ouvi dizer….
A política de combate a incêndio florestal, principalmente em unidades de conservação (parques, refúgios) se resume em identificar o foco de incêndio, tentar apagar o incêndio e tentar multar o culpado…. Durante muito tempo os Estados Unidos adotou uma dura a política de combate às queimadas em seus parques nacionais. Com essa política de fogo zero, a matéria orgânica (serrapilheira) foi se acumulando ao longo dos anos. Até que um dia, um terrível incêndio florestal, alimentado por essa grande quantidade de (serrapilheira) tomou proporções incontroláveis ocasionando um desastre ambiental sem precedentes. Passado esse incêndio verificou-se que algumas espécies somente germinavam através do choque térmico provocado pelo fogo…
Desse dia em diante é prática comum nos parques norte americanos, o uso da queima controlada em regime rotativo. Ou seja todo ano queimam uma parte da área para impedir o acúmulo excessivo da serrapilheira, e só voltam a queimar essa área novamente depois de um determinado período. Essa prática oferece condições para que a fauna possa se abrigar nas outras áreas que não estão sendo queimadas.
Infelizmente nosso Brasil não aprende com o erro dos outros, achando que é influência ou interesse das multinacionais predadoras.
Poucos pesquisadores brasileiros defendem abertamente essa prática por medo de represálias do ecoterrorismo e do politicamente correto que se alimenta da demagogia e sensacionalismo exagerado.