
O Nordeste brasileiro não precisará que sejam religadas de forma contínua as usinas térmicas com custo de geração superior a R$ 600 MW/h, que foram desligadas em agosto do ano passado, juntamente com térmicas de outras regiões. Mesmo com a escassez de água nos reservatórios hidrelétricos da região, essas térmicas mais caras continuarão sendo usadas apenas para os seus objetivos originais: de fortalecer o sistema eventualmente, em horários de pico; de substituir outras térmicas em manutenção; ou compensar alguma restrição elétrica que dificulte o abastecimento de outra fontes.
O ONS esclarece que o custo dessas térmicas, quando usadas dessa forma, não entra no cálculo das bandeiras tarifárias, que é restrito às usinas escaladas no Programa Mensal de Operação (PMO), que descreve todas as usinas que serão utilizadas durante o mês (com revisão semanal). Já o uso dessas térmicas mais caras é definida na Programação Diária da Operação Eletroenergética e em Tempo Real.
Mas, mesmo que o custo do uso eventual dessas térmicas mais caras, por algumas horas do dia, fosse incluída nas bandeiras tarifárias, não teriam peso suficiente para alterá-las, por tratar-se de uma pequena quantidade de energia. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), por exemplo, essas térmicas representaram apenas 1,97% de toda a geração térmica do país ocorrida no período de 3 a 13 de janeiro de 2016. Foram somente 2.642 MWmédios, dentro de uma geração térmica total de 125.186 MWmédios, no período.
Essa situação de segurança poderá até melhorar ao longo do ano, segundo a avaliação do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), reunido nesta semana. O abastecimento da região continuará sendo feito sem sobressaltos com a geração, mesmo reduzida, das usinas do rio São Francisco; com os parques eólicos da região, que continuam em expansão; com a importação de energia do Norte e do Centro-Sul; e com as térmicas de base da região.
E, a partir do momento em que os reservatórios da região norte estiverem mais cheios, a exportação de hidroeletricidade para o Nordeste poderá aumentar, reduzindo ainda mais o uso dessas térmicas eventuais em horários de pico de consumo. A informação é do Ministério de Minas e Energia.
