
As seis estações de tratamento de água do sistema de abastecimento de Porto Alegre (RS) estão funcionando integralmente desde a noite de ontem, informou o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Entretanto, não é possível prever quando a água chegará às residências, pois há variáveis no trajeto até as residências, como ar e vazamento nos canos.
Hoje (1º) de manhã, vários bombeamentos ainda estavam desligados, por causa da falta de energia e do baixo nível de água, nas zonas norte, leste, sul e extremo sul da cidade, que conta com 89 estações. Caminhões-pipa atendem às áreas mais críticas.
A interrupção no abastecimento de água foi causada pelo temporal que atingiu Porto Alegre e deixou as estações de tratamento e cerca de 340 mil clientes sem energia elétrica no estado, 90% deles na capital. Na manhã de hoje, 36 mil clientes ainda estavam sem eletricidade, 20 mil em Porto Alegre. Pelo menos, 300 árvores de grande porte foram derrubadas, danificando a rede de energia e bloqueando ruas.
A orientação das secretarias de Saúde estadual e municipal é que as emergências dos hospitais de Porto Alegre devem, se possível, ser evitadas hoje, para que as instituições concluam os trabalhos de recuperação dos danos causados pela tempestade. O atendimento pode ser buscado nas unidades básicas de Saúde e unidades de Pronto-Atendimento.
O restabelecimento da energia elétrica e do fornecimento de água foi priorizado em todos os hospitais, públicos e privados, e, com a energia elétrica já restabelecida, a expectativa é que os atendimentos estejam normalizado até quarta-feira (3).
Na noite de sexta-feira (29), a capital gaúcha foi atingida por uma tempestade, a mais intensa das últimas décadas, causada pelo forte calor (que chegou a 39,3°C naquele dia), segundo o Sistema de Vigilância Meteorológica. Os ventos chegaram a 119,5 quilômetros por hora.(Agência Brasil).
Fenômeno desconhecido abateu mais de 3.000 árvores.
Não há certeza sobre a natureza do fenômeno que varreu Porto Alegre na noite de sexta-feira, com epicentro nos bairros Menino Deus e Praia de Belas, mas já se sabe que foi um evento climático de rara violência, com potencial para ficar marcado na memória da cidade.
Uma das hipóteses mais prováveis é que tenha sido uma microexplosão, espécie de vendaval de alta virulência que pode se desprender de algum ponto de uma tempestade, causando estrago em área com raio de alguns quilômetros. O Sistema Metroclima, que levantou a hipótese, estimou em mais de 150 km/h a velocidade das rajadas na área mais atingida, embora a medição oficial tenha sido de 119,6 km/h.
Segundo a EPTC, autoridade de trânsito em Porto Alegre, às 14 horas ainda restavam 42 vias bloqueadas totalmente ou parcialmente devido a queda de árvores e fios. 36 semáforos fora de operação.
