Frete para os portos sobe quase 50% em um ano. Agronegócio perde competitividade.

Sorriso a Santos; 2.000 km de custos altos.
Sorriso a Santos; mais de 2.000 km de custos altos.

O frete de uma tonelada de soja de Sorriso – MT, principal estado produtor do País, cresceu 45% em um ano, passando de R$235,00 para R$315,00. Uma tonelada de soja vale na origem algo em torno de R$ 930,00. Portanto, o frete já alcança 34% do preço da mercadoria na origem e cerca de 25% no destino portuário  (R$1.249,00 em Santos).

Caminhões: frete caro e perigo para usuários de rodovias
Caminhões: frete caro e perigo para usuários de rodovias. Foto o Expresso.

Isso acontece enquanto os norte-americanos gastam ¼ deste valor, para levar a soja da fazenda até o trem e, no trem, até os portos dos grandes lagos.

Veja: o produtor brasileiro de soja gasta, hoje, para levar a produção da fazenda até o porto, em média, US$ 92/tonelada, quatro vezes mais do que na Argentina e nos Estados Unidos, por conta da deficiência da logística nacional. Esse valor representa aumento de 228% em relação à década passada, quando a quantia gasta era de US$ 28/tonelada.

O Governo precisa reorientar sua política de logística em favor das ferrovias e dos portos, investindo em parcerias público-privadas e priorizando o transporte pesado. Se fizer isso, retira milhares de caminhões das estradas, proporcionando uma sobrevida a essas acanhadas rodovias, tanto na sua manutenção como no volume de tráfego de veículos.

Leia mais aqui e aqui sobre o mesmo tema, em reportagens anteriores de O Expresso.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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