
Rodovia dos Imigrantes: investimentos pesados em rodovias no caminho do Porto de Santos, o principal do País.
Enquanto os produtores dos Estados Unidos pagam US$50 dólares para levar uma tonelada de soja ao porto, a Argentina paga US$80 e o Brasil, que optou, nos anos 60 pelas rodovias e pela indústria automobilística, paga a bagatela de US$150.
Isso quer dizer que um produtor com 1.000 hectares de área de plantio perde 300.000 dólares por ano em relação ao produtor norte-americano e um plantador de 10 mil hectares perde 3 milhões de dólares.
O Brasil tinha mais de 34 mil km de ferrovias no início dos anos 60, quando os militares assumiram o poder. A falta de investimentos na já combalida RFFSA e a opção por construir estradas rodoviárias, fortalecendo assim as montadoras de caminhões. Hoje, 52 anos depois, nossa malha ferroviária encolheu para 30 mil quilômetros, apenas mil dos quais eletrificados.
Outro meio de transporte que o “desenvolvimento” matou foi a navegação de cabotagem, que ligava o País desde o porto de Manaus até o porto de Rio Grande, no sul. Parece mentira, mas o pescado que viajava do Porto de Rio Grande para Recife, por exemplo, no final dos anos 60 trafegava pelas estradas, envolto em lonas rodoviárias, serragem e barras de gelo. Hoje, continua nos caminhões, apenas com o progresso dos baus refrigerados. Junto com o peixe pescado nos mares frios do Sul do Continente, viajam o frango, a carne e os embutidos de porco, desde o oeste de Santa Catarina, até locais tão distantes como Fortaleza e Belém, apesar de estarem à beira das águas azuis do Oceano Atlântico.
Autor: jornaloexpresso
Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril
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