Diálogos patrióticos num dia ensolarado de Brasília

dialogos românticos

A revista Veja publicou agora, às 17 horas desta segunda-feira:

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, afirmou nesta segunda-feira que vai se licenciar do cargo a partir de amanhã. Ele disse que preferiu deixar o cargo para aguardar que o Ministério Público Federal se manifeste sobre os áudios em que sugere um pacto para paralisar a Operação Lava Jato e conter a “sangria” provocada pelas investigações. Minutos antes do anúncio de Jucá, o presidente interino Michel Temer afirmou que buscaria “a melhor solução para todos” diante do caso. O peemedebista afirmou que o presidente interino chegou a pedir que ele ficasse no cargo – e que a decisão de sair partiu do próprio Jucá.

“Prefiro pedir ao Ministério Público uma manifestação sobre o caso. Vou aguardar com tranquilidade a manifestação do Ministério Público e depois tomar uma decisão [definitiva sobre a presença no governo Temer”, disse Jucá, que reassume o mandato como senador e se mantém na presidência do PMDB. No Congresso, deve enfrentar um processo de cassação, já que o PDT anunciou que apresenta nesta terça-feira representação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. O advogado de Jucá, Antonio Carlos de Almeida Castro, vai entrar ainda hoje com uma manifestação no MPF informando a decisão do senador, que reassume o mandato já nesta terça-feira.

No Senado, Jucá negou ter provocado “constrangimento” no presidente interino Michel Temer e atribuiu sua licença a um gesto para não comprometer a credibilidade da classe política. “O presidente entendeu minha posição, viu meus pronunciamentos, minhas entrevistas. Tenho defendido um governo de salvação nacional, a rápida investigação para que não pairem dúvidas sobre a classe política brasileira e [para] que não se extraia a confiança sobre a classe política”, afirmou. “Meu gesto deu o exemplo de que somos transparentes, nada temos a esconder. Aguardo a manifestação do Ministério Público. Não fiz nada de errado”, completou ele.

“O presidente viu meus pronunciamentos, minhas entrevistas. Eu tenho defendido um governo de salvação nacional, a rápida investigação do caso, separar o joio do trigo, para que não pairem dúvidas sobre a classe política brasileira, que se delimite a culpa em quem tem culpa é não se espalhe a desconfiança sobre a classe política porque isso não resolve o problema do Brasil, descredenciar. Eu não quero contribuir com isso. Então o meu gesto é um exemplo de que nos somos transparentes e nada tenho a esconder. Nada melhor do que uma manifestação isenta para dizer se eu cometi naquela conversa algum tipo de crime. Acho que não cometi, meu advogado acha que eu não cometi e eu aguardo com toda a tranquilidade na presidência do PMDB. É um instrumento extremamente importante para se fazer o enfrentamento com quem precisar fazer”, prosseguiu.

Jucá foi flagrado em conversas com o ex-senador e ex-dirigente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, Sergio Machado. Na conversa, revelada pelo jornal Folha de S. Paulo, ele fala em “delimitar” e “estancar essa sangria”. Pela manhã, Jucá havia dito que continuaria no cargo de ministro enquanto tivesse a confiança de Temer. Nas primeiras declarações públicas, Temer afirmou que não iria poupar ministros envolvidos em irregularidades.

A conversa ocorreu semanas antes da votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. O áudio tem mais de uma hora duração e está em posse da Procuradoria Geral da República (PGR). O advogado do atual ministro, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse ao jornal que Jucá “jamais pensaria em fazer qualquer interferência” na Lava Jato “porque essa não é a postura dele”.

Ao anunciar que deixaria o cargo, Jucá afirmou: “Estou consciente de que não cometi nenhuma irregularidade. Apoio a Lava Jato e apoiei o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Estamos tranquilos, o governo está tranquilo”. O peemedebista disse ainda que assume o cargo interinamente o secretário executivo do Planejamento Dyogo Oliveira.

“Afastamento dura enquanto o MP não se manifeste. Fico como senador participando do embate. É bom que vai ficar animado. Vamos discutir e apontar aqui as irregularidades e os crimes do PT”, afirmou Jucá.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Diálogos patrióticos num dia ensolarado de Brasília”

  1. O tempo trará a verdade sobre os reais motivos para o impeachment de Dilma. Alguns fingirão que não tem nada com isso, mas certamente uma minoria sentirå vergonha de ter sido usada como massa de manobra para salvar as velhas quadrilhas entralhadas há décadas nos cofres públicos. A luta contra a corrupção é uma bandeira muito bonita, no entanto, muitos dos que lideram manifestações não passam de testas de ferro para engabelar a boa indole das pessoas. Às vezes, a verdadeira intenção é justamente ao contrário do que vendem para as massas. O grande símbolo disso são as manifestações em frente a FIESP e seu pato, realmente alguém em sua consciência perfeita acredita que eles estão preocupados com a classe média que esta lá representada em frente à sua sede?

Deixe um comentário