Chuvas podem começar em setembro no Matopiba e Minas Gerais

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Por Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural

A estiagem nas áreas produtoras de Goiás, Minas Gerais e região do Matopiba provocou quebra na safra de milho. As chuvas ficaram abaixo das médias climatológicas desde fevereiro. Nestas áreas os volumes só foram significativos em janeiro.
No norte de Minas Gerais, 96 cidades decretaram situação de emergência por causa da seca. O período chuvoso que se estenderia até março terminou antes prejudicando diversas lavouras. Agora durante o outono, é normal não chover.
Por outro lado, o segundo semestre reserva boas novidades do clima para esses produtores. Eles amargam os prejuízos decorrentes do El Niño, que acabou retirando as chuvas do Nordeste do Brasil.
Pela primeira vez em um ano, o oceano Pacífico equatorial apresenta áreas com águas mais frias que a média. A região leste, chamada de Niño 1+2, registrou desvio de -0,5°C no mês passado. As outras áreas do Pacífico ainda estão com desvio de temperatura acima de 0°C, porém será questão de pouco tempo para resfriarem também.
Além das águas superficiais, áreas em grande profundidade também indicam resfriamento, mostrando que a mudança de El Niño para uma breve neutralidade e posterior La Niña está bem estruturada e será inevitável.
Na atmosfera, desde o rompimento de um bloqueio atmosférico no fim de abril, o padrão se mostra mais próximo da neutralidade climática. “O El Niño já acabou e estamos rumo a La Niña”, afirma a técnica em meteorologia da Somar Patrícia Vieira.
Segundo ela, a expectativa é que este recente período de neutralidade prossiga durante o inverno brasileiro com o avanço frequente de frentes frias e ondas de frio pelo centro e sul do país. A partir da primavera, a água do Pacífico vai se ainda mais dando origem ao fenômeno La Niña.
Com isso a tendência é que as frentes frias avancem mais pelo Brasil central levando umidade para áreas muitas secas de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Nordeste do Brasil.
Por outro lado, a próxima safra de verão poderá ter alguns períodos de estiagem regionalizada no sul do Brasil. “Não quer dizer que não teremos chuva, mas será uma safra de verão bem diferente da anterior no centro-sul, sem aquela frequência de dias chuvosos que até prejudicou os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, por exemplo”, explica Patrícia.
De acordo com ela, as chuvas podem até demorar um pouco para se regularizar no Brasil central, mas assim que isso ocorrer não teremos longos períodos de estiagem. E essa foi a razão da quebra da segunda safra de milho em vários estados.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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