Com um volume de entradas regular, na segunda-feira (27), foram ofertadas 13 mil sacas e negociadas aproximadamente 84% do total. O mercado iniciou a semana firme e os preços tiveram uma pequena melhora em comparação com os praticados na semana anterior.
Vale ressaltar que a demanda do feijão carioca caiu muito. “É que a oferta segue muito pequena, pois ainda estamos no começo da terceira safra”, explica o diretor do Bolsinha Informativos, Auro Nagay.
O carioca extra nota 9,5 estava ausente e o nota 9 tinha como pedida até R$ 570 a saca, mas saiu por no máximo R$ 560. O carioca especial nota 8,5 saiu entre R$ 530 e R$ 540 a saca e o nota 8 em torno de R$ 480 e R$ 520 a saca.
O feijão preto começou a semana firme e a oferta foi muito acima do que normalmente costuma entrar e quase a metade foi negociada. A maioria da oferta era de mercadoria mais comercial. O preto extra estava escasso e saiu em torno de R$ 290 a R$ 300 a saca.
Os preços voltaram a subir cerca de R$ 10 a R$ 15 por saca, na terça-feira (28). O total ofertado continuou bastante restrito mesmo o mercado tendo recebido novas entradas. O mercado permaneceu firme e com muito pouca oferta, tanto nas regiões produtoras quanto na bolsinha.
“A situação deve seguir crítica nos próximos dias, pois estes primeiros pivôs de terceira safra que iniciaram as colheitas ainda são insuficientes para atender a demanda mesmo ela estando prejudicada pelos preços altos”, afirma Auro.
O mercado de feijão preto seguiu firme e vale ressaltar que não havia preto extra no disponível.
Na quarta-feira (29), o mercado seguiu firme e os preços voltaram a subir mais R$ 5 por saca, em média. O carioca extra nota 9 saiu por R$ 580 a saca e os demais acabaram acompanhando o reajuste.
Nas regiões produtoras continuou grande a dificuldade em adquirir feijão carioca, pois uma boa parte da lavoura já foi negociada. Então, o feijão colhido acaba não ficando disponível para venda, pois já está comprometido.
O feijão preto extra seguiu escasso e não havia oferta deste tipo no disponível.
O mercado continuou firme, porém um pouco mais calmo na quinta-feira (30). Entraram alguns lotes de feijão carioca, do Mato Grosso, com boa coloração mas com peneira baixa (grãos miúdos) que foram vendidos por R$ 530 a saca.
Nas regiões produtoras, o mercado também seguiu firme e com a maioria dos negócios sendo negociados antecipadamente. De acordo com Auro, esta situação permanece porque a oferta no mercado continua não sendo suficiente para atender a demanda de feijão carioca mesmo ela tendo caído bastante.
O feijão preto extra seguiu escasso e em torno de R$ 300 a saca. Já os demais tipos seguiram bem ofertados e as vendas permaneceram muito ativas.
Nesta sexta-feira (1º), o mercado ficou calmo e praticamente parou. Os poucos compradores presentes acabaram deixando para fechar negócio na próxima segunda. A expectativa é que a partir do dia 10 deste mês, a oferta aumente consideravelmente e como a demanda por feijão carioca caiu muito a tendência é de baixa.
“A grande dúvida é em relação a recuperação da demanda perdida, se ela ocorrerá rapidamente, ou não, com uma redução nos preços. Se a recuperação for rápida o mercado deve recuar um pouco”, finaliza Auro.
Plantio na Bahia está atrasado

Em 2015 o plantio também se atrasou por causa do climaCom atraso de quase um mês, os produtores da Bahia, finalmente iniciaram o plantio de feijão no estado. Ocorre que, a falta de chuva deixou os produtores de braços cruzados, esperando para dar início ao plantio do grão. Conforme a reportagem do Bolsinha Informativos apurou, por volta do dia 20 de maio, nas principais regiões produtoras, os agricultores já haviam preparado o solo.
As chuvas que têm atingido a região de Adustina, deram o pontapé inicial para a semeadura do grão. O comprador de feijão Antônio Carlos dos Santos, conhecido como “Tonho do Dólar”, revela que os produtores de lá já plantaram praticamente tudo e é estimado que esse ano a produção seja pelo menos 20% superior aos resultados do ano passado. “A previsão do tempo está a favor das lavouras, que já brotaram”, conta. No ano passado, a região de Adustina produziu cerca de 300 mil sacas.
Na região de Euclides da Cunha, o período de chuva geralmente começa no final do mês de abril e, em maio, os produtores já começam o plantio. Esse ano, assim como 2015, a chuva também veio mais tarde. “No ano passado, a semeadura também atrasou. E mesmo assim, tivemos excelentes resultados. Esperamos que este ano, aconteça o mesmo”, conta o comprador de feijão Michael Dávila Rocha.
De acordo com ele, muitos produtores dessa região não tiveram condições de plantar por causa do preço alto da semente e, por isso, o plantio deverá ser menor.
As colheitas na Bahia devem acontecer a partir do final de agosto.
DADOS
No levantamento feito pelo site Bolsinha Informativos no ano passado, foi estimada a produção de 1,5 milhão de sacas (90 mil toneladas) na Bahia. O plantio em 2015 também foi tardio e, por isso, a colheita iniciou-se em meados da segunda quinzena de agosto e se estendeu até o final de setembro.
por Jaqueline Barbosa.
