
A imagem do jornal “El País” – Madrid – mostra o caminho percorrido pelo caminhão na orla de Nice. Ele procura aglomerados de pessoas para atropelar, até receber tiros de três policiais.
Segundo os primeiros informes, ainda não confirmados, o motorista era nascido em Nice, filho de pais tunisianos.
Entre os 130 feridos, pelo menos 18 foram gravemente feridos, com risco de morte. As vítimas fatais podem, então, alcançar quase uma centena depois da checagem pelas autoridades responsáveis
O jornalista Damien Allemand, do Nice Matin, reportou que a queima de fogos estava no fim e que os espectadores estavam deixando o local quando ouviram o barulho do caminhão e gritos. “Uma fração de segundos depois, um enorme caminhão branco avançou a uma grande velocidade, tentando atingir o maior número possível de pessoas”, afirmou. “Vi corpos voando como se fossem pinos de boliche.”
O repórter da agência de notícias AFP Robert Holloway, que participava da celebração na famosa avenida à beira-mar Promenade des Anglais, também contou ter ouvido muitos gritos e visto corpos e destroços serem lançados no ar enquanto o veículo avançava. “Foi o caos absoluto”, disse ele.
“Um caminhão daquele tamanho entrar pela ‘promenade’ e seguir mais ou menos em linha reta parece-me um ato deliberado”, afirmou o jornalista, acrescentando que teve apenas “alguns segundos para sair da frente” quando viu o veículo surgir a 100 metros de distância dele.
Wassim Bouhlel, um morador de Nice que conversou com a agência de notícias AP, disse ter visto o caminhão avançar sobre a multidão. “Havia uma carnificina na avenida. Corpos por todo lado.”
Horas após o ataque – que está sendo investigado como um possível ato terrorista –, autoridades locais afirmaram que o caminhão avançou sobre a população por cerca de 2 quilômetros e que 77 pessoas morreram e 50 ficaram feridas, sendo que 15 delas estão em estado de “urgência absoluta”.
Roy Calley, que vive a cerca de 200 metros do local, classificou o ataque como um “pandemônio”. “As pessoas estavam se divertindo. De repente, ouvi um estrondo gigantesco, como uma explosão ou uma colisão. Muitas pessoas gritavam e acredito que ouvi tiros a seguir”, disse ele à emissora BBC.
Outras testemunhas também relataram ter ouvido tiros. O deputado francês Éric Ciotti afirmou que os policiais mataram o motorista do caminhão “aparentemente após uma troca de tiros”.
“Muita confusão”
A australiana Emily Watkins contou à emissora Australian Broadcasting Corporation que estava a 50 metros do local do ataque e que “havia muita confusão”. “As pessoas tropeçavam e tentavam entrar nos hotéis, restaurantes, estacionamentos ou em qualquer lado onde pudessem fugir da rua”, disse.
“A cada estrondo que ouvíamos atrás de nós, as pessoas começavam a correr mais depressa. Foi uma cena muito caótica”, acrescentou David Cody, também australiano. A americana Kayla Repan, por sua vez, disse que “a cidade inteira estava correndo”. “Eu estava extremamente assustada. Foi um caos.”
EK/afp/ap/lusa/Deutsche Welle/El País

