
O último relatório do USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos surpreendeu nos números da colheita prevista de milho e elevaram a produção de 369,34 milhões para 384,91 milhões de toneladas. A produtividade, por sua vez, subiu para 185,32 sacas por hectare, contra 177,8 do boletim anterior. A expectativa média do mercado para ambos os dados eram de, respectivamente, 375,53 milhões de toneladas e de 180,77 sacas por hectare.
O USDA indicou ainda um aumento nas exportações norte-americanas de milho de 52,07 milhões para 55,25 milhões de toneladas, enquanto manteve o uso do cereal para a produção de etanol em 133,99 milhões de toneladas.
Os estoques finais do cereal, por sua vez, foram projetados em 61,19 milhões de toneladas, superando muito o número de julho, mas dentro das expectativas de 53,11 milhões a 67,39 milhões de toneladas.
No Brasil os preços do milho tem se sustentado nos últimos 12 meses com sucessivas frustrações da segunda safra, principalmente no Mato Grosso, Goiás e Paraná, prejudicando as cadeias produtivas de suínos e frango e até da carne bovina.
“As condições climáticas que prejudicaram a 1ª safra persistiram durante a 2ª safra”, diz nota divulgada pelo IBGE. Segundo o órgão, o clima fez a projeção para a produção total de milho ficar em 68 milhões de toneladas, 3% a menos do que se estimava em junho.
De onde se conclui que o País precisa aprender a plantar milho na primeira safra, não só por rentabilidade e por uma questão estratégica, mas visando a sanidade e a fertilidade dos solos com a rotação de culturas.
Um dos grandes limitadores de produção da soja são as doenças de solo, principalmente nematoides, que só podem ser evitados com o plantio de gramíneas como o milho.
A monocultura da soja vai acabar inviabilizando o próprio cultivo se persistir o atual quadro.

No Oeste baiano e no Matopiba é necessária a verticalização das cadeias produtivas, com a instalação de polos de avicultura, suinocultura e confinamento bovino e da melhoria no armazenamento. Até hoje não se explica, em termos usuais de mercado, como os derivados de suíno e frango atravessem todo o País, a partir de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, para atingir os consumidores do Nordeste.
