O Brasil é refém do tráfico de drogas

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Um em cada três presos no país responde hoje por tráfico de drogas, segundo dados inéditos obtidos pelo G1 junto aos governos estaduais e tribunais de Justiça, referentes a este ano.

O levantamento aponta uma drástica mudança no perfil dos presos brasileiros em pouco mais de uma década: antes, a maioria dos internos respondia por crimes contra o patrimônio, como roubo e furto; agora o tráfico é o crime mais frequente, muitas vezes sem julgamento.

Levantamento divulgado pelo G1 em 2015 apontou um aumento de 339% no número de presos por tráfico entre 2005 e 2013. Com a instituição da Lei de Drogas, em vigor desde 2006, que aumentou o rigor contra traficantes, o quadro se agravou: o aumento alcança 480% nos últimos anos, sem contabilizar 5 dos 27 estados que dizem não ter dados disponíveis: Bahia, Alagoas, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro.

Na comparação entre os dados de 2015 e 2016, percebe-se que o percentual de presos por tráfico subiu de 23,7% para 32,6% em 4 anos. Verifica-se ainda que nenhum estado tem menos de 15% de presos por tráfico, sendo que em Santa Catarina, 42% dos presos respondem por tráfico. Em São Paulo, o percentual aumentou de 26,4% em 2013 para 35,8% agora.

No Paraná, que lidera em número de detentos por tráfico, o percentual de presos por tráfico passou de 16,8% em 2013 para 59,3% neste ano. Com edição do Bahia Notícias.

Se o Brasil fosse um país sério, liberava o consumo da maconha e da cocaína, com supervisão médica estatal, como se faz em alguns estados norte-americanos e em países da Europa. E retirava da bandidagem sua grande fonte de renda. O investimento certamente seria menor do que se aplica hoje em repressão.  Não é só a droga que lota os presídios. São os crimes conexos, como homicídios, assaltos, formação de milícias, tráfico de armas e outros.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “O Brasil é refém do tráfico de drogas”

  1. Nenhum país do mundo resolveu o problema do tráfico de drogas, nem as ditaduras mais sanguinárias, nem os países mais ricos como Japão, Suécia, EUA e muitos outros. A proibição não impede o acesso a quem quer usar qualquer tipo de droga, assim como não impedia o consumo de álcool durante a Lei Seca nos EUAs. E justamente lá, o fim dessa lei pois fim ao crime que se organizou a sua volta. Liberem todas as drogas. A opção de se drogar é de cada um, assim como a opção de beber ou fumar. Vamos liberar muitos recursos humanos e financeiros para outros fins, inclusive para o tratamento de viciados que devem ser tratados como doentes que são.

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