
A conclusão das obras da BR-163, cuja construção foi iniciada em 1973, levará o Brasil a uma economia anual de R$ 1,4 bilhão com o transporte de cargas, conforme estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A rodovia, também conhecida como Cuiabá-Santarém, é a principal ligação entre a maior região produtora de grão do país, em Mato Grosso, para os portos da região Norte.
A estrada enfrenta um caos, com milhares de caminhões parados em atoleiros, em um trecho não asfaltado de 100 km no sudoeste do Pará. O estado crítico na rodovia gerou, nos últimos dias, prejuízo de US$ 6 milhões só com a taxa de navios parados em portos do Pará, conforme o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e vem levando a prejuízos milionários para exportadores industriais e agrícolas.
O projeto de mais de 40 anos permanece em obras, privando as indústrias e os produtores rurais do Centro-Oeste e do Norte de um importante corredor logístico para o escoamento da produção.
De acordo com o estudo da CNI, “BR-163 – Quebra de Paradigma no Transporte do Comércio Exterior”, divulgado em 2013, mas ainda atual, a economia quando as obras forem concluídas resultará da redução de gastos logísticos ao mudar a via de exportação para os portos do Norte brasileiro, uma rota mais curta e mais barata.
Para se ter uma ideia, a conclusão da estrada reduziria de três a cinco dias a viagem de navio entre o Brasil e a Europa se comparado à rota partindo de Santos (SP) ou Paranaguá (PR).
Uma viagem entre os portos das regiões Sul ou Sudeste e a Europa demora cerca de 15 dias.
“Se as obras estivessem prontas, a economia para o Brasil seria enorme em razão da maior proximidade dos portos do Pará com os Estados Unidos, a Europa e a Ásia, importantes destinos de produtos agroindustriais brasileiros”, destaca o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso.
“A conclusão das obras é urgente e colaborará para a retomada da competitividade do produto brasileiro”, acrescenta.
ROTAS
Para a CNI, a conclusão da obra não só tornaria a indústria da região mais competitiva, como ajudaria a desafogar os portos das regiões Sul e Sudeste, onde hoje é embarcada a produção oriunda do eixo da BR-163.
Responsável por mais da metade da safra brasileira de soja, o norte de Mato Grosso é obrigado a exportar sua produção pelos portos do Sul e do Sudeste, a rota mais longa. Na direção inversa, a rodovia também possibilitará que mercadorias produzidas na Zona Franca de Manaus, como motos e eletroeletrônicos, sejam movimentadas para a região Centro-Sul a partir de Santarém.
De acordo com um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o tempo de viagem para transporte de mercadorias até São Paulo, por exemplo, será reduzido em dois dias em relação à rota utilizada atualmente.
Hoje, a produção de Manaus é transportada via barcaça até Belém e segue por 2.930 quilômetros por rodovia até a capital paulista.
