Devolver a mala do dinheiro vai salvar Aécio da prisão?

Por Fernando Brito

Os advogados de Frederico Pacheco de Medeiros, o “Fred”, o primo de Aécio Neves, “aquele se poderia mandar matar antes de fazer delação”, entregaram hoje R$ 1,52 milhão à Polícia Federal, numa confirmação de que o valor foi recebido ilicitamente.

Com os R$ 400 mil apreendidos na casa do assessor do senador Zezé Perrela, fazem R$ 1,92 milhão, quase os dois milhões que o acerto entre Aécio e o dono da JBS.

Como a de Temer, também a mala de Aécio foi devolvida.

Dinheiro que estava escondido, porque nós, mortais, se tivermos R4 5 mil, aplicamos e esta gente, com quase R$ 2 milhões, deixa no armário.

Aécio, é verdade, não nega o “empréstimo”, mas não explica o método de “captação” e a lavagem via empresas de Perrela.

Sua situação é insustentável e a devolução do dinheiro acaba com qualquer controvérsia sobre a materialidade do favorecimento.

E, se admitirmos que isso foi um “pequeno”  favor pessoal, dá para imaginar o que seriam os  “grandes”.

Aécio está morto, mesmo que – improvavelmente – conserve o mandato.

Os PSDB está se matando para salvar um cadáver.

Ontem, a 1ª Turma do STF negou por 3×2 a soltura da irmã de Aécio, Andréa Neves da Cunha, a chefe das operações escusas do irmão.

Nesta segunda-feira, Marco Aurélio Mello, cobrou da presidência do Senado o afastamento efetivo de Aécio Neves da Cunha. Mesmo afastado do Senado, Aécio teria a prerrogativa do foro, mas só poderia ser preso, sem anuência da Câmara Alta, em caso de flagrante delito.

O Ministro foi incisivo:

“Enquanto não alterada a decisão judicial, ela tem que ser cumprida. Mas, como parece que nessa quadra é comum deixar-se de cumprir decisão judicial, tempos estranhos, tempos estranhos”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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