A delação bomba de Eduardo Cunha pode virar um traque.

Queiroz Carvalho, pintura digital.

A delação de Eduardo Cunha já está na Procuradoria Geral da República para avaliação do potencial explosivo do material mas, segundo informações do jornal Valor, membros do Ministério Público Federal tem dado sinais de que o termo não será assinado.

A Lava Jato pretende fazer com Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, operador do peemedebista, o mesmo que fez com a OAS e a Odebrecht: uma disputa de onde sairá apenas um vencedor. Ou seja, das negociações em trâmite, só sairá um beneficiário.

Contra Cunha pesa o fato de o ex-deputado ter perdido muito tempo “fazendo jogo de cena” sobre o que poderia entregar aos procuradores. Agora, a avaliação é que Lúcio Funaro tem condições de entregar informações muito parecidas e, ao contrário de Cunha, tem mais motivação para falar – está preso há mais de um ano e arrastou familiares para as investigações.

Cunha teria corrido para fazer a delação quando a Lava Jato chegou a Michel Temer através da JBS. Se, em algum momento, Temer cair em função das denúncias, o que Cunha tem a dizer perde o valor.

Além disso, o ex-deputado teria ainda mais dificuldade de fechar um acordo com a Procuradoria quando Raquel Dodge assumir o lugar de Rodrigo Janot. Ela prometeu critérios mais duros ao negociar delações.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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