Almerinda, a corrupção lá fora e a corrupção no nosso quintal

Almerinda, sonsa, pero no mucho

Salve, meu caro periodista, diz Madame Almerinda, a proxeneta dos espíritos, ungida pelas forças do além, numa ligação de vídeo do whatsapp:

-Veja bem. Você gosta muito de apontar os corruptos do País, mas não sabe separar, por grau de gravidez (ela queria dizer gravidade).

-Como, Madame? Ainda não entendi.

-Pois é: a corrupção sempre existiu na Nação. Só que até agora só foi condenado o povo do PT. Nada de PMDB, PSDB, PP e nanicos. Antes a propina vinha dos investimentos na Petrobrás. Hoje vem do fatiamento da empresa, que está sendo entregue por merrecas aos estrangeiros.

-Fico mudo. Os argumentos de Almerinda são irrefutáveis.

-Aqui no nosso quintal temos outro exemplo. A oposição reclamava que Humberto pagava aluguel demais. Pois foi só assumir o Palácio da Avenida Barreiras, que Oziel manteve os aluguéis de Humberto e ainda aumentou muito. Diziam também que Humberto tinha pessoal demais na Prefeitura. Pois Oziel tem mais. Diziam que Humberto pagava demais pelo lixo e pelo transporte de estudantes. Pois tudo isso aumentou e muito.

-Então, Madame? O que tudo isso significa?

-Isso significa o seguinte: corrupção tem duas fases. Aquela que os nossos adversários cometem e aquela que nós cometemos quando estamos no poder. Entendeu, agora?

-Sim, começo a entender…

-E, você meu preclaro escrevinhador, vai ver muito mais quando começarem a abrir a caixa preta dessas compras com inexigibilidade de licitações.

-Credo, Madame, vou desligar. A Senhora está muito azeda hoje. Vai acabar estragando a minha amizade com o Oziel.  Outra coisa: gostei da nova cor do seu cabelo, esse acaju misturado com tons azulados. A Senhora anda arrasando corações, hein Madame?

Desligou. Madame não gosta que eu fale de suas aventuras amorosas rocambolescas.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Almerinda, a corrupção lá fora e a corrupção no nosso quintal”

  1. Pelo visto a madame adivinha tem toda razão.
    Oziel inchou a máquina, paga mais alugueis, faz uma administração mediocre e ainda ta tirando o poder de policia dos fiscais.
    Sem poder fiscalizar, os fiscais nào atingem a famosa “produtividade” que Oziel deixou de pagar. É uma medida interessante pra administraçao. Sem fiscalizaçao nao tem produtividade e nesse caso, não precisa pagar.
    O outro lado da moeda é que impedir o poder de policia ou tentar interferir na atuação dos fiscais, dá improbidade.

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