
Vinte pessoas que estavam no Cavalo Marinho I, embarcação que naufragou na manhã de ontem (24), após saída da Praia de Mar Grande, em direção à Salvador, foram ouvidas hoje (25), por equipes da 24ª Delegacia Territorial (Vera Cruz). Entre os que prestaram depoimentos, concedidos na sede da Polícia Civil, na Piedade, e na DT de Vera Cruz, estão passageiros e alguns tripulantes.
De acordo com o titular da 24ª DT, delegado Ricardo Amorim, os proprietários da empresa responsável pela embarcação também foram intimados e devem prestar esclarecimentos na próxima semana. “Por enquanto, os depoimentos estão bastante semelhantes, apresentando poucas divergências entre as versões”, afirmou, lembrando, no entanto, que ainda é muito cedo para determinar o que teria causado o acidente.
Ainda segundo ele, apurações iniciais dão conta de que não havia superlotação na embarcação. O delegado também expediu guias de lesão corporal para todos aqueles que se apresentaram como vítimas da tragédia. “Precisamos que todos aqueles que estiveram no Cavalo Marinho I, no momento do acidente, compareçam à 24ª DT para serem ouvidos”, enfatizou.
Aproveitou para convocar as vítimas para o reconhecimento e devolução de pertences apreendidos pela Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além da Capitania dos Portos durante os resgates. As investigações contam ainda com o apoio logístico da 19ª DT (Itaparica) e do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e vão seguir pelo final de semana.
Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros mantiveram as buscas nesta sexta-feira, no entanto, nada foi encontrado.

Indenizações aos familiares das vítimas
O Ministério Público do Estado da Bahia (MPE) começará a receber na próxima segunda-feira (28) vítimas e parentes de vítimas do naufrágio da lancha Cavalo Marinho I, que fazia a travessia Salvador-Mar Grande, na Baía de Todos os Santos.
A promotora de Justiça do MPE, Joseane Suzart, alegou durante entrevista coletiva à imprensa na sexta-feira (25), que uma ação civil pública será aberta com o intuito de conseguir que vítimas sejam indenizadas, caso desejem, e os responsáveis paguem pelo ocorrido.
“A agência reguladora deveria estar atenta à situação e atuando de forma mais efetiva. A própria empresa sabe que obtém lucros e não se preocupa com a segurança da população. Precisamos entender que a responsabilidade é solidária, de todos os órgãos públicos e entidades, mas acima de tudo do proprietário da embarcação, que gera o serviço, é o responsável maior, porque presta um serviço inadequado”, disse.

Omissão de socorro

Busca seguirá neste domingo
A informação oficial das duas vítimas foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), após relatos de familiares que procuram a polícia. Segundo o major Roberto Carlos, comandante da 5ª Companhia Independente da Polícia Militar de Vera Cruz, ambas famílias estão no local do acidente a procura dos parentes deste o dia que a lancha virou.
