No tempo em que ideais políticos eram discutidos ao fio da espada

Adão Latorre, o lendário carrasco maragato. Dizem que, no dia que foi detido pelos chimangos, morreu do coração momentos antes de ser degolado.

A Revolução Federalista, na qual os gaúchos maragatos se levantaram contra o Exército Brasileiro, foi uma das páginas negras da história do Rio Grande do Sul. O conflito durou de fevereiro de 93 até agosto de 1895, quando os últimos maragatos se exilaram na Argentina, depois da morte de Gumercindo Saraiva, seu principal comandante.

Num dia 28 de novembro, do ano de 1893, ocorre o Massacre do Rio Negro, Bagé, RS, atual município de Hulha Negra, onde o carrasco maragato, Adão Latorre, degolou 300 pica-paus. Alguns contam que na mangueira (curral) de pedra onde correram as execuções o sangue alcançava os tornozelos dos executores.

Contudo, segundo testemunhas oculares, tal número seria exagerado e não teria passado de 30 prisioneiros em face de que, depois de contado os mortos na batalha, estes chegariam a 270.

Sob o comando de Zeca Tavares combatentes federalistas (Maragatos) e republicanos (Pica-paus ou chimangos), comandados pelo general Isidoro Fernandes, se enfrentaram ferozmente durante sete dias, às margens do Rio Negro.

Dos relatos sobre a carnificina que lá aconteceu no decorrer desse sangrento entrevero, em 23 de novembro de 1893, consta que trezentos soldados republicanos foram rendidos mediante garantia de vida e contidos em um cercado (mangueira de pedra) para gado, que ficou conhecido como “Potreiro das Almas”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “No tempo em que ideais políticos eram discutidos ao fio da espada”

  1. Parabéns Sampaio pela bela aula de história. Principalmente por estarmos na Semana Farroupilha!
    Como diz o nosso hino Riograndense “POVO QUE NÃO TEM VIRTUDE ACABA POR SER ESCRAVO”!
    É essa virtude que hoje nos falta!

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