
A insinuação de que produtores rurais pudessem estar provocando incêndios para “preparar” suas terras ao próximo plantio é um absurdo. Kenni Henke rebateu, ontem, na tribuna e depois com exclusividade ao Expresso, explicando que a matéria orgânica que cobre o solo é a riqueza com o qual o agricultor conta para um plantio direto de boa qualidade, além de resguardar a flora microbiana do solo, responsável pela metabolização dos minerais das quais as culturas são carentes.
Afirma o Vereador:
– Os microorganismos aumentam a fertilidade do solo pela conversão (fixação), do nitrogênio atmosférico em compostos nitrogenados, utilizados pelas plantas na síntese de proteínas. Convertem as substâncias orgânicas em compostos inorgânicos, tornando-os úteis para os vegetais. Aceita-se que os microorganismos decompõem os vegetais e animais mortos, mas não é possível imaginar, às vezes que as reações bioquímicas realizadas fertilizam o solo pelo fornecimento de nutrientes.
Diz ainda o legislador que “queimar socas ou restevas de lavouras da safra passada seria uma espécie de suicídio das reservas microbianas do solo, esterilizando-o com o fogo. Passou-se o tempo da roça de toco, em que as árvores eram abatidas a machado e logo depois se usava o fogo para “limpar” as roças primitivas. Isso aconteceu no tempo dos nossos bisavós.”
Kenni Henke fala com propriedade pois é agricultor em Luís Eduardo Magalhães e pertence a uma família em que várias gerações se dedicaram ao cultivo.
