Requião e os “dalits” neste momento grave da Nação

O senador Roberto Requião publicou hoje, no twitter, a foto acima, com a legenda:

“Sem auxilio moradia, sem emprego e sem apoio fraterno de uma sociedade egoísta.”

O reconhecimento, ainda que seja por apenas um dos senadores da República, que a situação em que se encontra a Nação, com 25 milhões de desempregados, desocupados e desgarrados da sociedade, já é um alívio. A permanecer esse status de uma casta de privilegiados e 98% da população como intocáveis, teremos sérios problemas pela frente.

O termo dalit foi utilizado pela primeira vez em finais do século XIX pelo ativista Jyotirao Phule para designar o que, no sistema de castas do hinduísmo, são designados como “shudras”, grupo formado por trabalhadores braçais, considerados pelos escritos bramânicos, sobretudo o Manava Dharmashastra, como “intocáveis” e impuros. O termo deriva de uma palavra em sânscrito que significa tanto “chão” quanto “feito aos pedaços”. Desse modo, conota que a condição dos “dalits” é de oprimido e, portanto, não podem reverter essa situação. O termo, assim, é considerado preferível, pelos ativistas e intelectuais dalits, aos mais pejorativos “shudra” e “intocáveis”.

Uma das mais relevantes personalidades Dalits do século XX foi Dr. Ambedkar, jurista e primeiro ministro da Justiça da Índia livre. Boa parte da resistência dos Dalits no século XX advém de sua herança intelectual. Dentre os instrumentos constitucionais que a ele são devidos, consta a liberdade religiosa e proibição da intocabilidade – embora, na prática, muito preconceito ainda esteja vigente, mesmo nos dias de hoje.

 

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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