
A partir de hoje (segunda, 19), a Câmara dará início em plenário à inédita votação, sob vigência de um regime democrático, do decreto de intervenção federal que, assinado na última sexta-feira (16) pelo presidente Michel Temer, transferiu do governo do Rio de Janeiro para as Forças Armadas o comando da segurança pública estadual.
Polêmica, a medida virou o tabuleiro político de cabeça para baixo no período pós-carnaval, quando o Congresso de fato volta a trabalhar. Em compasso de espera no Rio, as tropas militares, boa parte já instalada no estado, só podem dar inícios às ações de campo depois de aprovado o decreto (veja o rito de votação abaixo).
Para a maioria dos governistas, trata-se de “medida extrema negociada”, como ontem (sábado, 17) definiu o próprio Temer, que se fez inevitável diante do caos fluminense; para a oposição, foi a maneira que o governo encontrou para camuflar a insuficiência de votos para a reforma da Previdência, bem como um jeito de “sair das cordas” na reta final de um mandato marcado por denúncias de corrupção e uma impopularidade que tem superado, renitentemente, 90% em todas as mais recentes pesquisas. Além, acrescentam os oposicionistas, do viés “eleitoreiro” e “midiático” da decisão, que pode agradar àquele eleitorado simpático ao recrudescimento do combate à criminalidade.
Do Congresso em Foco, onde o leitor poderá se inteirar da íntegra da matéria.
Particularmente acredito que os resultados da medida serão pífios. A corrupção e o desmantelamento operacional de uma polícia que nem recebe seus salários em dia exige mais que intervenção.
Exige a aposentadoria compulsória de centenas de oficiais da PM, prisão para outros e demissão de milhares de soldados e policiais civis. Mais: a promessa das Forças Armadas de intensificar as ações de inteligência precisa ser cumprida na sua totalidade e expandida na medida do possível.
Não é possível, nem necessário, confronto direto com traficantes escondidos em meio a uma população pobre e trabalhadora.
O serviço das forças armadas seria esse, a difícil segregação do joio e do trigo. Para que não se cometam mais crimes contra a população miserável, já que os grandes traficantes nem estão na favela. Lá só se encontram soldadinhos e aviõezinhos do tráfico.

“Não é necessário confronto com traficantes”. Então o que fazer. Chamá-los pra conversar, eles com fuzis AR-15 na mão.
Meu Deus, que comentário…
Nota da Redação:
Infelizmente você se faz de ignorante ou é ignorante. Quando falo que ações de inteligência, com prisões pontuais e precisas, são mais produtivas que simplesmente uma grande operação, baseada em mandato judicial genérico. Quando o exército aponta no sopé do morro, com todo aquele aparato de guerra, os traficantes dão no pé e vão cantar em outra freguesia. Raciocine meu caro e se alimente de peixe, que tem muito fósforo e facilita a ação dos neurônios.
Sr. Zé da Luz, o senhor destacou uma expressão isolada do contexto, veja que a seguir o autor mencionou que esse confronto é desnecessário em meio a população pobre e trabalhadora. O que reputo ser uma ponderação razoável.
Usar o serviço de inteligência para captura – los. Certíssimo. Ao invés de sair metralhando tudo que ver pela frente. Assim sendo, manda descer o morro não é mesmo.?