Barreiras: cessionária de transportes coletivos quer indenização por congelamento de tarifas

Viação Cidade de Barreiras ameaça parar de vez; empresa quer R$ 50 milhões de indenização da prefeitura

Sobre o imbróglio que motivou a suspensão de parte do transporte coletivo, a Viação Cidade de Barreiras informou, por meio nota aos usuários do sistema, que foi obrigada a fazer a redução de alguns horários, linhas e trajetos para não paralisar totalmente a prestação do serviço. O congelamento do valor da tarifa, sem reajuste desde novembro de 2014, é a justificativa dada pela VCB para manter os ônibus na garagem.

Em comunicado à prefeitura de Barreiras, no último dia 06, a concessionário alega que venceu a licitação pública de operação do sistema em razão da combinação dos critérios de “menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica”. Na ocasião, a Viação Cidade de Barreiras venceu o certame ao propor ofertar o serviço na zona urbana ao custo de R$ 2,35, valor superior ao cobrado atualmente.

No documento ao poder público municipal, a empresa relata que entre os últimos 7 meses teve um prejuízo de R$ 1.750.870,25 em decorrência do valor da tarifa. “A concessionária já não suporta conviver com os pedidos de empréstimos e financiamentos para manter o sistema de transporte coletivo operando”. A Viação Cidade de Barreiras conta com 50 ônibus, destes 35 foram comprados após a licitação.

Sobre a cobrança da população quanto à qualidade do serviço, a empresa afirma ter instalado bilhetagem eletrônica, monitoramento de câmeras, aquisição de novos veículos e qualificação dos colaboradores da VCB. Por outro lado, o comunicado lembra que a prefeitura não fez a parte dela que seria a instalação das estações de transbordo e abrigos nas paradas (pontos de ônibus).

Dentre as alternativas “para evitar o colapso total do sistema de transporte coletivo”, a Viação Cidade de Barreiras decidiu suspender, a partir do último dia 11, a operação das linhas 04 (Vila Nova – Tatu), 15 (Vila Nova – Ufob) e 18 (Vila Nova – Fasb), bem como a linha ligando Barreiras à comunidade de Placas – via Estrada do Café / km 30.

A concessionária afirma também na carta à Prefeitura de Barreiras que, além de enfrentar problemas de ordem financeira relacionado ao fornecimento de combustível para frota de ônibus, decidiu demitir parte do seu quadro de funcionários (motoristas e cobradores) afim de garantir o pagamento de salários e encargos sociais do restante dos colaboradores da empresa.

Nos próximos dias a Câmara Especial do Oeste deve julgar, a pedido da VCB, a decisão da Vara da Fazenda Pública de Barreiras que suspendeu o aumento da tarifa do transporte coletivo. Pessoas ligadas à direção da empresa disseram que se por acaso a Justiça decidir manter a suspensão, a Viação pedirá o cancelamento do contrato de concessão, deixando de operar o sistema. Porém, a VCB pedirá na Justiça aproximadamente R$ 50 milhões à prefeitura de Barreiras pelos prejuízos ao patrimônio da empresa.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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