Lula em um dos atos de sua caravana pela região Sul | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação
Da Redação do Sul 21*
O general da reserva Luiz Augusto Schroeder Lessa defendeu que, se caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja autorizado a concorrer nas eleições de outubro e venha a vencer o pleito, o país passe novamente por uma intervenção militar. A informação foi publicada nesta terça-feira (3), pelo jornal O Estado de S. Paulo.
“Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá”, teria declarado Lessa.
Na semana passada, à Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, o mesmo general fez previsões sobre o que pode acontecer no cenário político do país, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida manter o habeas corpus que impede a prisão de Lula e decida impedir prisões após condenação em segunda instância. A votação volta a ocorrer nesta quarta (4).
“Vai ter derramamento de sangue, infelizmente é isso que a gente receia”, disse ele, acrescentando que a crise será “resolvida na bala”. Lessa ainda acusou o STF de agir como “indutor da violência” e “propagador da luta fratricida” caso entenda que Lula deve esperar pelas próximas instâncias livre.
O general não é o primeiro oficial a defender publicamente a volta de um governo militar como solução para o país. Em setembro do ano passado, quando ainda estava na ativa, o General Antonio Mourão, já havia se pronunciado neste sentido, sem qualquer punição. Quando se aposentou, no início deste ano, Mourão homenageou Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador reconhecido e que chegou a ser condenado por crimes de lesa-humanidade, embora nunca tenha sido preso.
As declarações de solução à bala de Lessa, vem ainda poucos dias depois de dois ônibus que viajavam em uma caravana com Lula terem sofrido ataques de tiros, no interior do Paraná.
*O título da matéria foi editado por O Expresso.
