
Um amigo que viajou recentemente para Miami calculou quanto pagou pela gasolina ao abastecer um carro locado, com o qual circulou por 12 dias no “eldorado dos brasileiros mais abastados”. Exatos R$1,25, considerando a cotação do dólar a R$2,60.
Nos Estados Unidos o salário mínimo é quatro vezes maior que no Brasil. E 60% do petróleo é importado, vindo da Venezuela e do Oriente Médio. Por que no Brasil a gasolina é quatro vezes mais cara? Sempre se soube que a gasolina subsidia uma parte dos custos do óleo diesel, de interesse, digamos, mais difuso. Mas o que pesa mesmo é a tal CIDE e os impostos, o mais caro deles o ICMS, em torno de 30% do valor.
Hoje o Governo recuou, frente à greve maciça dos transportadores rodoviários, prometendo diminuir ou eliminar a CIDE do óleo diesel.
A verdade é que o Governo se tornou refém dos acionistas da Petrobras e de sua administração pró-mercado, que forçam a distribuição de dividendos e altos lucros na estatal.
Algo assim como acontece nos bancos, com o confisco diário de juros, taxas e acessórios, que transformaram a atividade a mais rentável no País desde a década de 60.
Como se dizia no tempo de Getúlio, ou se acaba com a formiga ou a formiga acaba com o Brasil. Hoje está fácil fazer uma paródia: ou se reduz os interesses do Sr. Mercado na economia brasileira, ou o Brasil se torna a maior Venezuela do mundo.
A pergunta a seguir não ofende, mas machuca: quem vai colocar o guizo no gato? Lula, Bolsonada, Ciro Gomes, Marina, Meirelles, Alckmin, o picolé de chuchu? Difícil de acreditar que dessa moitinha saia um rato valente.
