No terceiro dia da greve, o Brasil parou.

Filas nos postos de Brasília

Após 72 horas de paralisação, os efeitos da greve de caminhoneiros foram sentidos em várias partes do país e em vários setores econômicos.

Ontem, no início da noite, foram contados 253 pontos de bloqueio em rodovias de todo o País.

Houve relatos de falta de combustíveis em alguns postos de gasolina na Baixada Santista, no litoral paulista, e em cidades do interior de São Paulo como São José dos Campos, Taubaté e Jacareí. Em Recife (PE) e no Rio de Janeiro (RJ) também houve desabastecimento.

Quem está com o tanque do carro vazio também pode ter problemas ao tentar pegar um ônibus: as empresas de São Paulo já avisaram que terão dificuldade para retirar os veículos das garagens nesta quinta, por falta de combustível.

A Prefeitura da capital paulista anunciou a suspensão do rodízio municipal de veículos, afirmando que a previsão era de que 40% da frota de ônibus ficasse fora de circulação.

Alerta semelhante foi feito pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro. Em Recife, já houve redução na frota de ônibus, para evitar a falta de combustíveis.

Na alimentação, o impacto também já era sentido. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as lojas de alguns Estados do país já começam a sofrer com o desabastecimento de alimentos, especialmente de produtos menos duráveis como frutas, verduras e legumes.

A Ceagesp, maior distribuidora de alimentos frescos da América Latina, informou que o saco da batatas passou de cerca de R$ 70 para R$ 200 – o mesmo aconteceu em centros de distribuição de alimentos de outros Estados.

Do lado da produção, frigoríficos estimam que os prejuízos já superam os R$ 200 milhões com as exportações de carne suína e de frango, que deixaram de ser feitas.

Em outro desdobramento, os Correios informaram que suspenderam alguns tipos de entregas rápidas (como algumas modalidades do serviço Sedex). O aeroporto de Brasília informou que ficará sem querosene de aviação para reabastecer as máquinas a partir de hoje, quinta-feira. O mesmo foi dito nos aeroportos de Congonhas (SP), Recife (PE), Palmas (TO), Maceió (AL) e Aracaju (SE).

Além disso, é possível que trabalhadores de outros setores da economia cruzem os braços: o Sindicato dos Estivadores do Porto de Santos (SP), o maior do Brasil, anunciou paralisação em solidariedade aos caminhoneiros.

Dificuldades de escoamento fizeram com que montadoras de automóveis no Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo interrompessem a produção nas fábricas.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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