
Uma das batalhas mais sangrentas em Rostov-do-Don não foi essa de ontem, do Brasil com a seleção da Suíça. O mau tempo, frio e chuvas intensas, ajudaram na resistência russa ao invasor alemão no momento mais grave da campanha alemã na Rússia, em 1941, quando Leningrado (hoje São Petersburgo) e Moscou estavam cercadas e os maiores efetivos alemães se lançavam para conquistar diversas frentes no terreno soviético.
Em outubro de 1941, as unidades de vanguarda do general alemão von Kleist alcançaram o rio Mius e ocuparam a cidade de Taganrog, poucos quilômetros a oeste de Rostov. Iniciou-se então o mau tempo e as chuvas converteram rapidamente os caminhos em verdadeiros rios de lama, paralisando quase por completo o avanço alemão. Os russos, aproveitando a pausa, retiraram-se para o rio Dom, para escapar da investida das forças de von Rundstedt. Este, ao receber a notícia da retirada soviética, ordenou às suas extenuadas unidades que realizassem um supremo esforço e empreendessem sem demora a perseguição do inimigo.
O 6º Exército, sustentando encarniçados combates, conseguiu ocupar Karkov no dia 26 de outubro, e chegou às margens do Donetz. As unidades do 17o Exército alcançaram também, em fins desse mês, o rio. Mas ali seu avanço ficou paralisado. Mais ao sul, o grupamento de von Kleist, denominado agora 1º Exército Panzer, conquistou, em 20 de outubro, o importante centro industrial de Stalin.
Duas tentativas de prosseguir o ataque contra Rostov viram-se frustradas pelas condições adversas do clima e a resistência dos soviéticos. Diante desta situação, o Marechal von Rundstedt dirigiu repetidos pedidos ao Alto Comando para adiar o avanço sobre Rostov até a chegada do bom tempo, colocando suas extenuadas forças numa linha fortificada ao longo do rio Mius. Hitler, porém, impôs sua vontade e ordenou que se levasse adiante o ataque. No dia 17 de novembro, os tanques de von Kleist se puseram novamente em marcha e, quatro dias depois, irromperam em Rostov. O contragolpe russo não se fez esperar.
Em torno de Rostov, o Marechal Timoshenko, designado novo chefe da frente sul em substituição a Budienny, havia concentrado numerosas unidades que superavam de forma esmagadora as forças alemãs. No dia 22 de novembro, os soviéticos se lançaram ao ataque e, seis dias depois, forçaram von Kleist a abandonar Rostov. A retirada para a linha do Mius, proposta novamente por Rundstedt, foi categoricamente recusada por Hitler. Rundstedt, então, pediu a sua remoção e foi substituído por von Reichenau. Este chefe tentou manter-se diante de Rostov, mas foi, finalmente, obrigado a procurar refúgio na linha do Mius. Nessa posição, os alemães conseguiram manter-se durante todo o inverno.
