
O ex-governador e ex-vereador, Waldir Pires, 91 anos, morreu na manhã desta sexta-feira (22) por volta das 10h no hospital da Bahia, em Salvador. Ele deu entrada na noite desta quinta-feira (21), no Hospital da Bahia com quadro de pneumonia. “O paciente teve parada cardiorrespiratória, não respondendo às manobras de reanimação e veio a óbito”, informou o hospital, em nota.
Natural de Acajutiba, na Bahia, Francisco Waldir Pires de Souza foi governador da Bahia entre 15 de março de 1987 e 14 de maio de 1989. Foi deputado federal em dois períodos: de 1 de janeiro de 1990 até 1 de janeiro de 1994 e de 1 de janeiro de 1999 até 1 de janeiro de 2003.
Entre 31 de março de 2006 e 25 de junho de 2007 foi Ministro da Defesa.
Carreira política
Aos 24 anos, em 1950, Waldir tornou-se secretário no governo de Régis Pacheco e se casou com Yolanda Avena, filha do imigrante italiano José Avena e de Angelina Garcia Avena. Já em 1954 elegeu-se deputado estadual, formando a base de apoio do governo Antônio Balbino.
Quatro anos depois, em 1958, elegeu-se deputado federal, sendo escolhido vice-líder do Governo Juscelino Kubitschek. Em 1962 candidatou-se ao governo da Bahia quando, apesar do veto da Igreja, perdeu as eleições por uma diferença de apenas 3% dos votos para o candidato da UDN, Lomanto Júnior.
Em 1963, foi convidado pelo então presidente João Goulart para ocupar o cargo de Consultor-Geral da República, o que o tornou responsável pelas análises e pareceres da juridicidade e da constitucionalidade das leis de Remessa de Lucros e Dividendos e da lei de Reforma Agrária, entre outras.
Exílio no Uruguai
No golpe militar, em 1964, foi, junto com Darcy Ribeiro, o último membro do governo ao deixar o Palácio do Planalto. Em 4 de abril, já na primeira lista de cassados e perseguido, sai com Darcy Ribeiro de Brasília, de madrugada, num monomotor e vai para o exílio no Uruguai, onde depois encontra sua esposa Yolanda e seus cinco filhos.
Em 1966 mudou-se para a França onde foi indicado para lecionar Direito Constitucional Comparado e Ciências Políticas nas cidades de Dijon e Paris. Volta ao Brasil em 1970, ainda em plena ditadura militar, ocupando-se de uma empresa particular até a queda do AI-5, quando, retomados os seus direitos políticos, deixa tudo e volta para a vida pública na Bahia.
Governador da Bahia
Em 1982 foi derrotado na eleição para o Senado por Luís Viana Filho, que foi reeleito. Três anos depois, em 1985, foi convidado pelo presidente Tancredo Neves para o Ministério da Previdência Social e mantido pelo presidente José Sarney.
Em 1986 se candidata ao governo da Bahia e é eleito, derrotando Antonio Carlos Magalhães. Em 1987, toma posse.
Após dois anos de governo, em 1989, disputa a convenção nacional do PMDB que indicaria o candidato do partido a presidente da República. No primeiro turno da votação, fica em segundo lugar, com 272 votos, atrás de Ulysses Guimarães, com 302, mas à frente de Iris Rezende e Alvaro Dias.
Após intensas negociações, Ulysses e Waldir concordam em formar uma chapa única, com Waldir saindo candidato a vice-presidente. Com isso, Waldir tem que renunciar ao governo da Bahia, deixando em seu lugar o vice-governador, Nilo Coelho.
A volta e o fim da carreira política
Em 1998, elegeu-se deputado federal com a maior votação no Estado. Candidatou-se a uma vaga no senado em 2002, ao lado de seu companheiro de chapa Haroldo Lima, perdendo para ACM, que voltou à Câmara Alta após o escândalo do painel eletrônico que pouco antes o fizera renunciar.
Ainda em 2002 é convidado pelo presidente Lula para o cargo de ministro-chefe da Controladoria-Geral da União(CGU). Já em 2006 assume o Ministério da Defesa, a pedido do presidente Lula, tornando-se o primeiro civil a assumir o cargo.
Seu último cargo público foi como vereador de Salvador entre 1º de fevereiro de 2013 até 31 de dezembro de 2016.
