Troca-se o montinho de esterco, mas as moscas são as mesmas.

REUTERS/Adriano Machado. O picolé de chuchu foi mais habilidoso que Ciro para trazer a escória do parlamento para o seu lado

É emblemática a vitória pré-eleitoral de Geraldo Alckmin (PSDB) ao cooptar cinco partidos do chamado blocão. Representantes do blocão (DEM, PP, PR, PRB e SD) se reuniram com Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira e fecharam um acordo para apoiá-lo. O anúncio formal será feito na próxima semana, já que falta resolver eventuais divergências nos palanques.
Se comenta, à boca pequena, que Alckmin já partilhou ministérios e cargos importantes nas várias pastas e empresas estatais.

Ciro acusou o golpe. Mostrou-se mal-humorado com a derrota. O presidente do PDT, Carlos Lupi, foi mais habilidoso: “Não se pode perder aquilo que nunca se teve”.

O significado de tudo isso é que, caso Alckmin seja catapultado dos seus ralos 4% de preferência nas pesquisas para um segundo turno e talvez até uma vitória nas urnas em outubro, o eleitor poderá assistir, como já assiste, a mudança rápida das moscas varejeiras de um montinho de esterco para outro. Ou seja: teremos novamente um Governo refém de um bandão de políticos sedentos de dinheiro e de poder, com o objetivo precípuo de assaltar os cofres públicos em favor do seu bolso e de suas campanhas eleitorais.

A jardineira* desce a ladeira, sem freios e dirigida por um péssimo motorista.

*Jardineira: pequeno veículo coletivo, um ônibus para menos de 20 lugares, que percorriam as esburacadas estradas brasileiras em meados do século passado.

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Deixe um comentário