Madame Almerinda constrangida pelo espetáculo da Câmara Municipal

Quando toca o telefone vermelho na redação de O Expresso, soubemos que aí vem complicação. Sim, era ela, a cafetina dos espíritos, a cabo eleitoral dos messias de ocasião e dos exploradores do povo, a indefectível Madame Almerinda, ave de maus agouros.

-Caro Periodista! Viu o espetáculo da Câmara?

-Não vi, Madame. Acompanhei a sessão via internet durante um certo tempo, mas depois cansei de ouvir tanta bobagem.

-Pois é! Elegeram de novo o mesmo Presidente, por antecipação, ao arrepio do regimento interno.

-Será que foi mesmo?

-Na minha visão particular dos fatos, ele tem sido hábil na divisão dos delicados. A gente sabe que sobra uns 200 quilos de alcatra por mês e ele distribui um bife para cada um dos esfomeados parlamentares.

-Eu não acredito, Madame, tanto que temos três vereadores na Oposição.

-Desses, dois votaram a favor. Só o dr. Márcio Rogério votou contra. Para que serve um parlamento desse tipo se a unanimidade, sempre prova de burrice no entender de Nelson Rodrigues, se sobrepõe aos interesses do povo.

-Está letrada, hein Madame?

– Mudando de saco pra sacola: dizem que a Primeira Dama está eleita com mais de 70 mil votos?

-Disto, eu prefiro não falar.

-Pois é: se ela está eleita, o melhor seria que o povo votasse no Cebola. Ao menos teríamos dois representantes no parlamento estadual. Quando um não desse jeito nas nossas demandas, teríamos uma alternativa.

-Não me ponha em bocas-de-matilde, minha cara Cartomante. Aproveite para cooptar o povo do Santa, que por aqui me viro.

Em tempo: os imbecis que esta semana fizeram circular uma manifestação fake de Madame Almerinda poderão ser processados. Primeiro, por notícia falsa. Segundo, por esbulho de direitos autorais.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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