
A agência de classificação de risco S&P Global tem monitorado de perto as eleições no Brasil e enxerga como maior risco para a nota soberana do país a maneira como o novo governo vai lidar com os desafios econômicos.
“O Brasil tem imensos problemas, tanto fiscais quanto sociais. A economia mal está crescendo neste ano e há muito na agenda para a na agenda para a nova liderança. Essa preocupação de quão rápida e efetivamente a nova liderança vai lidar com essas questões” afeta nossa avaliação, afirmou Joydeep Mukherji, diretor-gerente de ratings soberanos para América Latina, em webseminário sobre riscos para a região.
Segundo o representante da agência, Haddad não é um outsider como Bolsonaro.
O que pensam mas não falam é que a chegada de um nacionalista fanático como Bolsonaro pode afetar profundamente os interesses econômicos estrangeiros no País.
Haddad, mais como Lula do que como Dilma, pode entender que a interdependência entre as economias e a dependência brasileira em termos tecnológicos, com a contrapartida de abertura de mercados para as commodities verde-amarelas, podem ser negociadas.
Hoje mesmo Donald Trump, dentro de outro contexto, disse que o Brasil é injusto na taxação das importações norte-americanas, mesmo estando os EUA colocados como segundo maior parceiro comercial do País, perdendo apenas para a China.
Na realidade, todos temem perder o Brasil como celeiro e quintal, deitado em berço esplendido de petróleo, grande diversidade mineral, segunda maior produção agrícola exportável do mundo. A contrapartida é dada com a grande demanda de eletrônicos, software, medicamentos, equipamentos de transporte e mobilidade e insumos para o agronegócio.
