Chegou o fascismo: Madame Almerinda quer proibir o Prefeito de tomar um bom café

Madame Almerinda votou no Oziel, votou na Jusmari, votou no Bolsonaro e agora quer tirar uma de grande dama.

Ligações no meio da manhã, no telefone vermelho da redação de O Expresso, só podem ter uma origem: é a capirota, a cabrunca, a Senhora que anuncia as tragédias, Madame Almerinda, a pitonisa da rua Irecê. Tento me fazer de morto, mas ela insiste, toca o telefone até eu atender:

– Meu caro, periodista!

– O que foi Madame? Não vá a Senhora me dizer que o Andrade ultrapassou o Australophitecus? Eu não acredito em pesquisas.

– Pior, meu caro. Você fica aí catucando as pretinhas do seu computador e esquece das grandes notícias. Pois não hai de ver que as mídias sociais trazem a grande novidade de hoje. O Prefeito comprou, para o seu gabinete, uma cafeteira de oito mil reais e aproveitou a oportunidade para comprar mais 8 mil reais de cápsulas de café.

-E o que tem demais nisso, Madame? O Prefeito tem direito de tomar e oferecer um cafezinho de qualidade. Afinal, ele só recebe gente importante em seu gabinete: políticos, empresários, correligionários. Eu também gosto de tomar um cafezinho de qualidade, passado no saco de pano.

– Pois é, meu caro, mas a Oposição é danada. Descobriu que na Policlínica o aparelho de ultrassonografia está quebrado e um novo custa apenas 10 mil reais.

– E daí? O que tem a ver o cafezinho do Prefeito com a barriga das grávidas que vão à Policlínica consultar?

– Barbaridade, Periodista, barbaridade. Acho que o Oziel te comprou também. Agora só falta você pedir desculpas públicas a Jusmari, como fez o teu tocaio.

-Calma, Madame. Se o Prefeito tomar um bom café, estará estimulado a fazer grandes obras para a cidade. Tenha compreensão, seja cristã, minha cara e douta Senhora Cafetina de Espíritos.

-Barbaridade, não temos nem bons jornalistas nesta cidade. Barbaridade…

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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