Bolsonaro impõe condições ao convênio médico com cubanos. Eles vão embora.

 

 

O presidente eleito não perdeu tempo e já está, mesmo ainda não tendo assumido o cargo, impondo condições ao convênio. Segundo o jornalista Ricardo Noblat, são 8.500 os médicos cubanos que deverão deixar o Brasil até o próximo dia 31 de dezembro.

Municípios do interior do Nordeste, do Norte e periferias de grandes cidades serão os mais prejudicados.

Cuba faz cooperação com 66 países em todo o Globo, inclusive europeus. Sabe como isso começou? Com a brigada Henry Reeve criada em 2005, como forma de ajuda humanitária pra atender as vítimas do Furacão Katrina nos EUA. Fidel chamou centenas de médicos e pediu que se organizasse a brigada. EUA negaram a ajuda. A brigada permaneceu mobilizada pois em pouco tempo haveria a crise em Angola e terremoto no Paquistão.

O internauta Thiago Silva explica como se deu o convênio com o Brasil:

Na maioria dos países que faz parceria, Cuba envia médicos e medicamentos de graça, sem cobrar dos países. Isso aconteceu em Angola, no Nepal, Haiti, Congo, e tantos outros países pobres do Mundo. Quem arcava com os custos? O próprio governo cubano.

E como o governo Cubano fazia, já que é vítima de um Bloqueio Econômico há décadas, uma ilha pequena do Caribe que não consegue nem produzir a própria energia, pelas características de seu território? Alguns países começaram a oferecer trocas pela Força de Médicos.

A Venezuela ofereceu petróleo. Alguns países europeus começaram a pagar mesmo diretamente para o governo Cubano. E essa parceria virou uma fonte de renda para a Ilha, com impacto em suas contas públicas, dado o volume de médicos atuando no mundo todo.

A verdade é que locais isolados do Nordeste, assim como os nossos vizinhos Buritirama e Mansidão, onde os médicos brasileiros não chegam, pois os contratos com o Governo brasileiro são de valor baixo e não existem clientes particulares para complementar a renda, ficarão sem assistência.

O novo presidente já conseguiu causar um dano à saúde popular, aquela dedicada às faixas mais vulneráveis da população brasileira, que os próximos 20 anos não serão suficientes para recuperar.

2,5 milhões sem médico só na Bahia

O deputado Valmir Assunção, do PT da Bahia, afirmou hoje que o fim do ‘Mais Médicos’ vai deixar milhões de pessoas sem acesso a profissionais, diz Valmir

Somente na Bahia serão 845 médicos que deixarão de atuar na atenção básica com o fim do programa ‘Mais Médicos’. O dado deixou o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) estarrecido, já que por meio desta ação de governo as famílias mais vulneráveis tinham acesso à saúde.

“Esses médicos são fundamentais para que as equipes de Saúde da Família possam atuar nos municípios e comunidades mais longínquos do país. Com o fim do programa, virá um efeito ainda pior no setor de saúde com a desassistência e dificuldade da população no acesso aos serviços de forma pública, principalmente de saúde da família”, informa o parlamentar. Para o petista, os 313 municípios baianos com cobertura do programa federal terão os atendimentos reduzidos e milhões de famílias serão afetadas.

“Conforme os dados expressados pelo governo da Bahia, ao menos 2,5 milhões de pessoas não terão mais acesso ao médico de saúde da família. Na Região Metropolitana de Salvador, por exemplo, 12 médicos de sete municípios deixarão de atuar. E ainda temos 52 municípios que têm o Índice de Desenvolvimento Humano [IDH] baixo ou muito baixo que perderão 101 profissionais. Ou seja, idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas, queda nos índices de cobertura de vacinação, dificuldade de monitorar endemias, além de gestantes sem pré-natal adequado ficarão sem atendimentos. Isso é um absurdo, o setor de saúde pode entrar em colapso”, frisa.

Para o deputado, o fim do ‘Mais Médicos’ é fruto de um governo que nem iniciou, mas já demonstra total irresponsabilidade e falta de sensibilidade com o povo brasileiro. “Quero deixar minha absoluta solidariedade aos médicos cubanos que foram ofendidos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, ao governo cubano e à população em situação de vulnerabilidade do Brasil que sofrerá diretamente as consequências”. No Brasil, mais de 1,5 mil municípios não terão nenhum médico e 75% da força de trabalho dos distritos sanitários indígenas deixarão de ter atendimentos.

De acordo com dados do governo, 74% dos brasileiros dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), direito a saúde garantido pela constituição que já vinha sendo ameaçado pelo congelamento dos recursos por 20 anos pelas Emendas Constitucionais 85 e 95 aprovadas no governo de Michel Temer (MDB). “Sabemos que o presidente golpista inviabilizou as medidas de longo prazo do ‘Mais Médicos’ que podiam garantir que os médicos brasileiros substituíssem os médicos estrangeiros no programa. Mas com a eleição de um governo ultraconservador, a situação piorou de vez e o programa acabou”.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Uma consideração sobre “Bolsonaro impõe condições ao convênio médico com cubanos. Eles vão embora.”

  1. Bolsonaro só pediu 03 coisas:
    1 – Realização de teste para validação do diploma.
    2 – Que o pagamento do salário ficasse com o médico (eles ficam só com 30%).
    3 – Que os médicos pudessem trazer suas famílias para lhes fazer companhia.
    A libertação dos escravos no Brasil deu-se em 13 de maio de 1888.
    Chega de escravos! Estamos dando dinheiro pra Ditadura Cubana!

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