
O abraço é de solidariedade pela situação de penúria de Brasil e Argentina. O Brasil com a indústria quase parando, os investimentos externos em queda e 26 milhões de desempregados e desocupados. A Argentina com inflação nas alturas, desemprego e produção em baixa. Um dos termômetros mais significativos da depressão argentina é a ausência de argentinos nas praias do Sul e do Nordeste. A penúria não permitiu a aventura preferida de “Los hermanos” nesta temporada.
Há uns 35 anos estava este jornalista que vos escreve na fila de um açougue, no domingo pela manhã, na praia de Capão da Canoa, à procura do churrasquinho de domingo. Um argentino, na nossa frente, exagerou com o câmbio favorável e comprou uns 8 quilos de carne de primeira, entre elas umas invejáveis picanhas. O açougueiro pesou as carnes, fez as contas num papel, e arrochou o hermano:
“-Deu 120 dinheiros ( que não lembro a moeda da época)!”
O argentino retrucou:
-Muy barato.
Ao que o açougueiro, um vivaracho de conta, replicou:
-O quilo!
E multiplicou por oito a conta do hermanito. Na hora a conta pulou de 120 para 960. O argentino saiu meio desenxabido, mas ainda feliz por estar no Brasil.
Este ano “la plata” dos argentinos não deu nem para comprar o “choclo”, o milho verde cozido que eles adoram e que os brasileiros cobram, espertamente, até R$10,00 a espiga.
