Rabo de lagartixa: governo quer cortar 21 mil cargos comissionados

O governo pretende economizar R$ 209 milhões por ano com o corte de 21 mil cargos comissionados.

Segundo a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, o decreto com a reestruturação de funções e gratificações técnicas em toda a Esplanada dos Ministérios será editado ainda este mês.

De acordo com a pasta, a iniciativa contribuirá para simplificar a gestão e enxugar a diversidade de cargos e comissões.

O Ministério da Economia não detalhou a distribuição dos cortes por órgãos nem por tipos de cargos, mas informou que pretende extinguir algumas gratificações de legislação muito antiga, algumas que não estão sendo ocupadas e outras de baixo valor individual, que não representam função de chefia.

Esse negócio de cortar cargos é como cortar rabo de lagartixa: um mês depois já está do mesmo tamanho. Para desonerar o lombo do contribuinte, o Governo tinha que propor, em conjunto com a pressão da sociedade, a redução de verbas dos legislativos – nos três níveis da Federação – e da Justiça.

O STF, só para citar o exemplo mais escabroso, tem 269 funcionários por ministro, enquanto no Senado a relação é de 105 funcionários por senador. Os números, obtidos nos portais da transparência, incluem concursados, comissionados e terceirizados. 

Os assessores dos ministros do STF, além de ganhar um belo vencimento mensal, têm as mordomias inerentes ao cargo, como auxílio moradia e outros quetais.

Com Bolsonaro ou sem, com Paulo Guedes ou sem, o Governo no Brasil é dispendioso e incompetente.

Como explicar a um contribuinte de Luís Eduardo Magalhães, uma cidade com problemas de toda ordem, que ele paga, todo mês, mais de 73.000 reais para a manutenção de cada um dos 15 vereadores da Câmara Municipal?

Explique para um policial militar, que arrisca a vida todo dia, por algo em torno de R$3.500,00 mensais, enquanto um vereador, que trabalha um ou dois dias por semana, custa mais de 20 vezes esse valor a cada mês.

São estes e outros absurdos que constrangem o brasileiro comum, seja ele um operário ou um empresário.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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