A lama e os metais pesados de Brumadinho já contaminam o rio São Francisco

Após decretar a morte do rio Paraopeba, por causa da lama que desceu da Barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, a Fundação SOS Mata Atlântica alerta para a contaminação do rio São Francisco.

Um levantamento feito, entre os dias 8 e 14 de março, comprovou que contaminantes mais finos estão passando pela barreira da hidrelétrica de Retiro Baixo, em Felixlândia (a 193 km de BH), e seguem descendo até a represa de Três Marias (a 271 km de BH), no curso do Velho Chico.

O estudo, segundo o biólogo e educador da fundação Tiago Félix, tem o objetivo de esclarecer as dúvidas da população.

” Diversos setores da sociedade nos perguntavam sobre o rio São Francisco. Diante dos questionamentos, decidimos analisar o impacto na região para informar a sociedade.”

Segundo os dados, nove dos 12 pontos analisados entre Felixlândia e Pompéu, no ponto onde o Rio Paraopeba deságua no Rio São Francisco, já estão com água imprópria para o consumo da população.

Em alguns pontos, a falta de transparência da água, chamada de turbidez, está até seis vezes maior do que o permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. Metais como ferro, manganês, cromo e cobre também apresentam concentração acima do permitido pela legislação.

Neste último dia 20, o reservatório de Três Marias estava com 72,36% de sua capacidade. Um alento para a barragem que, além de gerar energia, regula todo o fluxo do médio São Francisco. Sobradinho também já ultrapassou 40% de sua capacidade.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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