“As cadelas do fascismo estão sempre no cio”*

“Os nazistas eram de esquerda”. Agora só falta ao chanceler de Bolsonaro, Ernesto Araújo, maluco de carteirinha e plaquinha na coleira, dizer que George Washinton e Abraham Lincoln eram comunistas.

Não é dele a famosa frase, “Deus uniu ideias de Olavo de Carvalho ao patriotismo do presidente”?

Era desse tipo de fronteiriço psiquiátrico que era feito o golpe de abril de 1964. Ainda bem que generais moderados, como o próprio Castello Branco, seguraram as feras durante algum tempo.

Diz o sociólogo Renato Cancian:

“A violência repressiva e o controle policial imposto sobre todos os setores da sociedade, além da ausência de liberdades civis e públicas, haviam conduzido o país a uma situação insustentável do ponto de vista da manutenção do regime de força que caracterizava a ditadura militar.

Além disso, o fato de os militares terem assumido diretamente o governo, ocasionou uma politização negativa dentro das Forças Armadas, desvirtuando os propósitos constitucionais da instituição militar. A “anarquia” e a “desordem”, promovida por setores militares radicais, permearam todos os governos da ditadura, e tinham sua origem justamente na politização no interior da instituição militar.”

Se Geisel não endurecesse com seus próprios desafetos dentro das fileiras militares, como o general Sylvio Frota, o caos poderia ter sido maior. Já corria sangue nos porões da ditadura. Mas poderia ter corrido muito mais. 

*Frase do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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