Nesta madrugada, há 55 anos, o início do golpe, a longa noite que durou 21 anos.

Vladimir Herzog, chefe de jornalismo da TV Cultura, torturado até a morte nos porões do II Exército, em 1975. Aí aconteceu o início do fim do Golpe, com Geisel se postando contra a linha dura do Exército. O regime ainda ficou de pé por 11 anos, mas a volta à democracia já podia ser vista no horizonte, apesar da intensa repressão.

O engenheiro eletricista e ativista político Johann Kepler, que homenageia o astrônomo com seu nome, afirma no Twitter:

Há exatos 55 anos, no dia 1°de abril de 1964, durante a madrugada, anoiteceu. Uma noite que durou 21 anos e resultou em centenas de assassinatos, milhares de pessoas torturadas, genocídio de índios, desaparecimentos, sequestros, corrupção, censura e ausência total de democracia.

Por documentos descobertos recentemente, conforme publica The Intercept, cerca de 20 mil pessoas foram presas durante a ditadura. Outros informes dizem que 8.000 índios foram mortos, principalmente na região de Tucuruí, por transmissão de doenças, alcoolismo ou simplesmente assassinados por “brancos revolucionários e patriotas”.

Não pense que os militares ficarem imunes: 6.500 deles foram detidos e expulsos do Exército, entre eles o capitão idealista, Carlos Lamarca, assassinado durante uma crise de asma nas dunas do rio São Francisco, em Ibotirama, depois de perseguido por semanas.

Passados 55 anos os fatos aqui narrados começavam a cair no esquecimento, quando o semovente no poder resolveu comemorá-los e reescrever a história.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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