Um tempo de tensão e problemas muito graves se avizinha

“Guernica”, painel de Pablo Picasso.

Diz a neurociência que a nossa capacidade de raciocinar em abstrato é uma análise combinatória das palavras que conhecemos.

Homens com vocabulário restrito tendem a chegar a soluções simplistas, um problema muito grave num país grande, com problemas complexos, como o Brasil.

Neste País, a economia está dando um salto para trás há quatro anos, a inovação se encontra arrasada por terra e o círculo de proteção social rompe-se, o que significa também o esgarçamento do tênue tecido social da Nação.

As elites não podem acreditar que eliminarão as camadas mais vulneráveis da Nação como num lance de vídeogame. Não! Apenas acumulam carga negativa nas baterias do equilíbrio sócio-econômico, adiando e tensionando, com banalidades, essa equalização, ao máximo.

A reforma da previdência, as privatizações desordenadas, o aumento da desigualdade, os privilégios exagerados das elites – no último semestre de 2018 – apenas cinco bancos confiscaram do mercado R$17 bilhões de lucros,  quando a base dos tomadores do crédito é cada vez menor e mais seletiva – são o prenúncio de mau agouro de uma turbação sem precedentes na frágil inalterabilidade do acordo social brasileiro.

Aqueles que acreditam em uma divindade que cuide dos destinos de uma nação devem, por temor ou virtude, rezar com contrição, de mãos postas, pelos tempos que se avizinham.

O espetáculo circense chega ao fim, cerram-se as cortinas e a prosaica bandinha toca um dobrado com desafino.

A notícia mais grave, no entanto, é que os palhaços desbocados estão perdendo o emprego, para enfado e desilusão daqueles cuja análise combinatória do vocabulário restrito apenas permite repetir: mito, mito, mito!

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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