O Capitão sem voz de comando e sem preparo para comandar.
A filosofia é mais ou menos essa. Morde pela manhã pra ver a extensão do dano e assopra pela tarde depois de ver que exagerou. Assim se conduz o Governo brasileiro, se é que existe um grupo homogêneo de pessoas que possa receber esse rótulo.
Depois de sucessivas derrotas no Congresso e o anúncio de outras mais, ainda bem mais fragorosas que estão por vir, o presidente Bolsonaro resolveu emparedar o Parlamento com a força das ruas:
“O Brasil é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo. Mas o grande problema é a nossa classe política”. Na sequência, provocou os deputados. “Se a Câmara e Senado têm propostas melhores que a nossa, que ponham em votação”. À tarde, em outro evento nesta segunda-feira, ele assoprou. “Nós valorizamos, sim, o Parlamento brasileiro, que vai ser quem vai dar palavra final nesta questão da Previdência, tão rejeitada nos últimos anos”.
Bolsonaro não sabe jogar o jogo. Já se inimizou com meio mundo político, inclusive com a direita e com os militares que exercem cargos no Governo. Vai querer golpear e se tornar um rei como Napoleão? Quer o poder absoluto? Este é o melhor caminho para um fim trágico.
O agrupamento mais volumoso que ele já comandou foi uma companhia de Infantaria. O mesmo que fiz ainda no estágio de serviço da formação de aluno do CPOR de Porto Alegre. Aspirante, estrela furada, comandei um esquadrão (equivalente a uma companhia) do 4º Regimento de Cavalaria, na falta de um oficial mais antigo, porque o capitão que o comandava quebrou o pé no salto de um obstáculo na pista de hipismo.
Temo que eu tenha me saído melhor que Bolsonaro, pois não fui expulso da corporação como ele e ainda recebi a promoção para 2º Tenente, conforme reza a minha Carta Patente de oficial R2.

