Essa política de morde e assopra do Governo paralisa o País

O Capitão sem voz de comando e sem preparo para comandar.

A filosofia é mais ou menos essa. Morde pela manhã pra ver a extensão do dano e assopra pela tarde depois de ver que exagerou. Assim se conduz o Governo brasileiro, se é que existe um grupo homogêneo de pessoas que possa receber esse rótulo.

Depois de sucessivas derrotas no Congresso e o anúncio de outras mais, ainda bem mais fragorosas que estão por vir, o presidente Bolsonaro resolveu emparedar o Parlamento com a força das ruas:

“O Brasil é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo. Mas o grande problema é a nossa classe política”. Na sequência, provocou os deputados. “Se a Câmara e Senado têm propostas melhores que a nossa, que ponham em votação”. À tarde, em outro evento nesta segunda-feira, ele assoprou. “Nós valorizamos, sim, o Parlamento brasileiro, que vai ser quem vai dar palavra final nesta questão da Previdência, tão rejeitada nos últimos anos”.

Bolsonaro não sabe jogar o jogo. Já se inimizou com meio mundo político, inclusive com a direita e com os militares que exercem cargos no Governo. Vai querer golpear e se tornar um rei como Napoleão? Quer o poder absoluto? Este é o melhor caminho para um fim trágico.

O agrupamento mais volumoso que ele já comandou foi uma companhia de Infantaria. O mesmo que fiz ainda no estágio de serviço da formação de aluno do CPOR de Porto Alegre. Aspirante, estrela furada, comandei um esquadrão (equivalente a uma companhia) do 4º Regimento de Cavalaria, na falta de um oficial mais antigo, porque o capitão que o comandava quebrou o pé no salto de um obstáculo na pista de hipismo.

Temo que eu tenha me saído melhor que Bolsonaro, pois não fui expulso da corporação como ele e ainda recebi a promoção para 2º Tenente, conforme reza a minha Carta Patente de oficial R2. 

Avatar de Desconhecido

Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

Deixe um comentário