Correntina: Canô, o “Velho Canas” foi para o Céu contar umas anedotas

Por Getúlio Reis

O nosso amigo Claudionor Ferreira da Rocha, “Canô”, foi pra junto de Deus.

O crepúsculo vespertino correntinense ficou diferente. É que o nosso amigo “Canô de Odheilde” foi convocado para servir no Exército Celestial, pode crer que foi um verdadeiro invite, pois pontualidade e cumprimento do dever era com ele.

Escutamos um bater de asas e lá se foi e não voltará, mas também não nos deixará, pois a saudade e as suas lembranças serão uma constante, especialmente quando passarmos defronte ao Quartel General “Nêgo Tota”, onde ele tinha com exclusividade uma sala de Estado Maior.

Correntina sua cidade de infância e de todas idades, fica pobre e órfã desse seu filho ilustre. Ele praticou muitas caridades; não havia tristeza onde o mesmo estivesse ou chegasse, em suas anedotas nem o Monsenhor André ficou de fora; sempre quis um mundo diferente, foi político partidário aguerrido, gostava das pessoas, mantinha e participava das tradições da cidade (cavalhada, reisados, judas, carnaval, filarmônica, serestas), religioso, tinha a música e o violão como eterna companhia.

Ele foi quase tudo no cenário político (servidor, diretor, vereador e até prefeito tampão), alfaiate de mão cheia e tesoura afiada era sua profissão, embora octogenário mas seresteiro ativo, ele ainda sempre foi respeitado pela sua autenticidade e como defendia intransigentemente seus pontos de vista, tinha uma cabeça invejável a ponto de atribuir-lhe adjetivos como “enciclopédia ambulante”, detentor de uma boa oratória, seresteiro, poeta, humorista, e era chefe de família e pai que certamente fará falta e deixará naquela lar uma lacuna de difícil preenchimento.

Siga meu amigo CANÔ, na hora e veloz, amparado pelos anjos da música, a lhe conduzir para seu merecido lugar, onde muitos estarão plenos de felicidade. Creio que o incomparável CANÔ nesse momento já esteja em boas companhias no etéreo celestial, deparando com Queno do Major, Iozinho, Tonho de Rafael, Edi de Dona Beta, José Mendonça, Carlinhos e Zé de Cinza, Leozírio Ferreira e tantos outros, lembrando das boas passagens terrenas, dos vastos repertório de sambas-canções, boleros e samba cadenciados, até valsas que aqui há pouco tempo cantavam e encantavam.

Vá em paz, meu irmão.

Que a sua alma imortal goze para sempre a Paz e Alegria eterna por tudo de bom que tenha realizado aqui na terra.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

3 comentários em “Correntina: Canô, o “Velho Canas” foi para o Céu contar umas anedotas”

  1. Que Deus abrande a dor no coração dos familiares.
    Será sempre muito bem lembrado por todos.

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