São Desidério volta a ser o município com maior valor da produção agrícola em 2018.

Cultivo do algodão em São Desidério.

São Desidério, no oeste da Bahia, voltou a ser o município brasileiro com maior valor da produção agrícola em 2018. Puxada pelos aumentos de produção e preços do algodão, mas também por bons resultados obtidos com a soja, a receita total das lavouras cultivadas na cidade cresceu 54,4% em termos nominais em relação a 2017 e alcançou R$ 3,6 bilhões.

Os dados são da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a recuperação, São Desidério desbancou do topo do ranking o município de Sorriso, localizado ao norte de Mato Grosso. Sorriso caiu para o terceiro lugar na lista porque seu valores de produção cresceram pouco, 0,7% no período, para R$ 3,23 bilhões.

O principal produto continuou sendo a soja, seguida pelo milho, que registrou quebra de safra.

Sapezal, também em Mato Grosso, se manteve em segundo lugar em 2018. O valor da produção local foi de R$ 3,34 bilhões, alta de 28% ante a 2017, concentrado em seis produtos: algodão, soja, milho, girassol, feijão e arroz.

Esses “campeões” em valor da produção agrícola não figuram, contudo, entre os mais desenvolvidos em áreas como saúde, educação e emprego. O índice de São Desidério foi de 0,590 na área de saúde em 2016, conforme a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, resultado considerado “regular” – quanto mais perto de 1, melhor.

Sapezal estava melhor que a média nacional em saúde (0,723) e educação (0,830), mas, no índice geral, era apenas o de número 1.239 no país.

Segundo o IBGE, o valor total da produção agrícola brasileira somou R$
343,5 bilhões no ano passado, 8,3% mais que no ano anterior. O aumento foi diretamente influenciado pelas disputas comerciais entre Estados Unidos e China, uma vez que o país asiático privilegiou compras de commodities como soja e algodão no Brasil e manteve esses produtos valorizados.

Como acontece desde 1994, a soja liderou o valor da produção agrícola no país em 2018, com R$ 127,5 bilhões, 13,6% mais que em 2017. Em seguida vieram cana-de-açúcar (com R$ 52,2 bilhões) e milho (R$ 37,6 bilhões).

O levantamento do IBGE também confirmou que a colheita total de cereais,leguminosas e oleaginosas alcançou 198,6 milhões de toneladas no ano passado. Houve queda de 4,7%, principalmente pela redução da produção de milho, muito prejudicada por intempéries.

Em ano de bienalidade positiva, o café registrou recordes de volume e valor de produção. Foram colhidas 3,6 milhões de toneladas do grão no país, 32,5% mais que em 2017. O valor atingiu R$ 22,6 bilhões, um aumento de 220% na mesma comparação. Já o algodão registrou altas de 29% na produção, para 5 milhões de toneladas, e de 52,3% do valor, que chegou a R$ 12,8 bilhões.
Mais em http://www.ibge.gov.br Editado pelo Valor Econômico.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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