Volta a bandeira vermelha à conta de energia. Em plena estação de chuvas.

Sobradinho. Foto: Roberto Viana. Na mesma época, em 2017, Sobradinho estava com 6% de sua capacidade de água armazenada.

A conta de energia ficará mais salgada para os brasileiros. Isso porque a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou nesta sexta-feira (25) que a bandeira tarifária para o mês de novembro será vermelha, com acréscimo de R$ 4,169 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

O motivo do aumento, segundo a agência, é o fato de o regime de chuvas ter ficado abaixo do padrão histórico, o que influencia diretamente na capacidade de produção das hidrelétricas, o que eleva os custos e traz consequências diretas no preço da energia

Neste mês de outubro, o bandeira tarifária ficou um patamar a menos, na cor amarela, cuja cobrança extra é de R$ 1,50 a cada 100 kWh.

A alegação da ANEEL não é verdadeira ao menos para o sistema do Rio São Francisco. A disponibilidade de água está beirando os 40%, com Sobradinho (32,49%) e Três Marias (55,48%), com sobra de reservas energéticas tendo em vista o início da temporada de chuvas. 

O sub-sistema Sul está também com 40%, as chuvas voltaram com força e a situação é tranquila. O sub-sistema Centro Oeste/Sudeste está acima de 24% e a previsão de chuvas é animadora.

O que está parecendo é mesmo uma atitude arrecadadora do Governo, que interfere direto nas reguladoras, sem autorização constitucional para isso – assim como libera aumentos nos combustíveis e no gás de cozinha. Mais de 40% das contas de energia são representadas por impostos. Logo, quanto maior a conta, maior a arrecadação.

O Governo quer mais: com tarifas altas quer demonstrar a viabilidade da privatização do Grande Sistema Eletrobras. E para isso não importa em sacrificar o consumidor.

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Autor: jornaloexpresso

Carlos Alberto Reis Sampaio é diretor-editor do Jornal "O Expresso", quinzenário que circula no Oeste baiano, principalmente nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras e São Desidério. Tem 43 anos de jornalismo e foi redator e editor nos jornais Zero Hora, Folha da Manhã e Diário do Paraná, bem como repórter free-lancer de revistas da Editora Abril

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